Municípios pertencentes a Amesne desistem de auxiliar no custeio para a realização dos serviços de alta complexidade
Dos 23 municípios que seriam beneficiados com o atendimento do Hospital Tacchini para cirurgias de alta complexidade, seis deles não aceitaram as condições de cofinanciamento dos procedimentos. De acordo com informações da Secretaria de Saúde de Bento Gonçalves, as negociações voltaram à estaca zero, o que torna difícil reduzir a fila de espera.
A apresentação do Hospital Tacchini para os municípios demonstrou que seria necessário o investimento estimado de R$ 6 milhões por ano para custear as cirurgias de ortopedia e traumatologia. No entanto, sem o apoio de todos municípios, a avaliação é que o financiamento se torna inviável.
De acordo com o superintendente executivo do Hospital Tacchini, Hilton Mancio, a instituição ainda não foi informada oficialmente sobre o desfecho das negociações. “Na ultima reunião que tivemos sobre o assunto, nós mostramos o que seria necessário para atender a alta complexidade”, observa.
Ele aponta ainda que cada portaria para alta complexidade tem um conjunto de pré-requisitos para serem cumpridos. “Nós teríamos que criar uma estrutura para atender as exigências, o que envolve questões que não existem hoje”, afirma. Além disso, o que impacta nos custos, segundo Mancio, é a manutenção exigida para a prestação do serviço.
Segundo o secretário de Saúde de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira, a ideia inicial era fazer uma negociação com todos municípios da região, visto que os repasses estaduais e federais não suprem a necessidade de recursos para os procedimentos cirúrgicos. “Como seis municípios não aceitaram, voltamos à estaca zero”, pontua.
Siqueira ressalta que o Hospital Tacchini não aceitaria o risco de se tornar referência sem ter a certeza de um pagamento, seja das demais instâncias ou dos municípios. “Eu concordo com a posição do hospital, o que está acontecendo hoje é que já estamos há três meses sem receber do Estado”, ressalta.
Ainda segundo Siqueira, a alternativa no momento é se voltar novamente ao Governo Estadual para resolver a questão. Além disso, ele informa que são estudadas outras alternativas. “Hoje todos municípios estão na mesma situação. Estamos tentando mais uma referência, em alguma outra região”, aponta.
Fila de espera continua a crescer
No último ano, a fila de espera por procedimentos de alta complexidade cresceu 12%, o que corresponde a 873 pacientes que aguardam a cirurgia pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A espera é decorrente, sobretudo, dos repasses insuficientes do Governo Estadual, bem como da ausência de um hospital que seja referência para a região.