Festas de final de ano devem impulsionar o comércio; perspectiva é de que novos postos de trabalho sejam abertos
O momento é de conquistar os clientes para recuperar as vendas no varejo de Bento Gonçalves. Essa é a perspectiva positiva neste final de ano, com a procura por bens e serviços nas festas de Natal e Ano Novo. Lojistas e entidades representantes do setor acreditam que o comércio possa crescer cerca de 10%, em comparação ao mesmo período de 2016. Seguindo a maré de positivismo, outro levantamento divulgado pela Fundação Gaúcha do Trabalho e Assistência Social (FGTAS/Sine), sinaliza também para um crescimento na abertura de vagas temporárias e que poderão ser efetivadas no final da temporada.
Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Bento Gonçalves (Sindilojas-BG), Daniel Amadio, a projeção de um pequeno crescimento vinha sendo acompanhada ao longo da segunda metade de 2017. “Isso mostra o que já projetávamos para o segundo semestre deste ano, ou seja, uma leve recuperação da economia diante da intenção de compras maiores por parte dos consumidores”, afirma.
Segundo Amadio, uma pesquisa do Sistema Fecomércio, aponta que com o aumento nas vendas, as lojas deverão abrir processos de contratações. “Tomara que tais projeções mostrem-se bem reais, pois segundo a nossa Federação, a contratação de mão de obra temporária para o comércio varejista do Rio Grande do Sul deve representar um aumento de 35,9% na força de trabalho das empresas. No ano passado, o percentual era de 22,5%, e o número de empresas que pretendia contratar também era menor”, explica.
Conforme o presidente do Sindilojas, o comércio local está preparado para atender os consumidores e todos os segmentos da economia estão representados no varejo. “Nosso comércio tem predominância nos segmentos que mais vão demandar mão de obra temporária, ou seja, as lojas de vestuário, calçados, acessórios, de eletrodomésticos e móveis”, garante.
Vagas temporárias
De acordo com o coordenador da agência do Sine de Bento Gonçalves, Alexandre Maso, a expectativa é positiva, quanto ao aumento no número de contratações, comparado ao ano passado, quando, devido à crise, o comércio contratou menos. Maso garante que além dos tradicionais setores da economia, em razão da safra da uva, os empreendimentos do ramo também deverão buscar novos profissionais. “Há perspectiva de aumento em relação ao ano de 2016, pois os setores que geralmente contratam nesta época são o comércio e as vinícolas”, aponta. Segundo Maso, a possibilidade de efetivação ao final do período temporário também aumentou. “São grandes as chances de trabalhadores serem contratados permanentemente no final do período da vaga temporária”, garante.
Comerciantes esperam leve melhora
A expectativa dos comerciantes nas vendas para este Natal também é superior aos anos anteriores. Conforme Nelson José Paese, proprietário de uma loja de brinquedos e utilitários, as vendas já apresentam reação, quando comparadas ao mesmo período do ano passado. “O fluxo de clientes aumentou. As pessoas estão comprando mais aqui na loja. Até o momento, o que mais vendemos são objetos para a decoração de Natal. Nas próximas semanas, a venda de brinquedos deve movimentar ainda mais”, acredita. A intenção de Paese, é vender 10% a mais que em 2016.
Paese observa que para impulsionar as vendas, estão sendo programadas várias ações em seu estabelecimento, entre elas, o parcelamento, sem juros e em até 10 vezes no cartão. “Hoje as compras com cartão de crédito ou débito estão em alta. Se compra ainda com dinheiro, mas as pessoas estão utilizando mais essa possibilidade (cartão), principalmente pela facilidade e segurança”, aponta.
Consumidores esperam comprar mais
Pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) aponta que 73% dos brasileiros pretendem comprar presentes no Natal deste ano. De acordo com o estudo, por mais um ano, as roupas permanecem na primeira posição do ranking (56%). Os brinquedos (43%), perfumes e cosméticos (32%), calçados (31%) e acessórios (24%) completam a lista.
Neste ano, pela primeira vez, as lojas online ultrapassam os shoppings como o local de maior concentração das compras de Natal. Em cada 10 compradores, quatro (40%) concentrarão as compras na internet, o que representa um crescimento de oito pontos percentuais em relação a 2016. Na sequência, estão os shoppings centers (37%), lojas de departamento (37%) e lojas de rua (26%). Os endereços online preferidos são os sites das grandes redes varejistas (68%), sites de classificados de compra e venda (42%) e lojas especializadas em vestuário e acessórios (34%).