O governo do Estado vai solicitar, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), uma auditoria para avaliar a execução das metas do Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa e as ações que estão sendo implementadas no Plano Estadual elaborado no Rio Grande do Sul, pelo Serviço de Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi).
O Mapa finalizou o Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, um cronograma de ações para os próximos dez anos que prevê a suspensão da imunização nos estados do Sul, a partir de 2023. O plano estadual prevê que todas as metas do Ministério sejam atingidas até 2018 e que, em 2019 seja retirada a imunização, dando ao estado o status de área livre de febre aftosa sem vacinação. O Paraná já fez a solicitação e está com auditoria marcada para o mês de janeiro de 2018.
A decisão foi tomada em reunião do vice-governador José Paulo Cairoli, com o secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo; o superintendente do Mapa no estado, Bernardo Todeschini; e entidades do setor produtivo – Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag), Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac), Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados do Rio Grande do Sul (Sicadergs), Sindicato das Indústrias de Produtores de Suínos (Sips) e Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa).
A iniciativa tem o objetivo de reforçar a sanidade do rebanho do estado e ampliar a comercialização do produto gaúcho no mercado externo, uma vez que vários países só importam carnes e derivados de locais que são áreas livres de aftosa sem vacinação. Desde 2002, o Rio Grande do Sul tem o status de área livre de febre aftosa, mas com a vacinação.
“Essa solicitação da auditoria tem como objetivo o avanço de nosso status sanitário e a valorização dos produtos de proteína animal, para que possamos ganhar novos mercados. Também é importante para fortalecer e estruturar ainda mais o serviço de defesa agropecuária, em parceria com o setor privado. Sem dúvida, demos um passo importante. É fundamental ressaltar que enquanto não tomarmos a decisão da retirada da vacinação, os produtores sigam realizando adequadamente a imunização de seu rebanho”, disse o secretário Ernani Polo.
“Acredito que o tema é de fundamental importância para o Estado, que já está há muito tempo trabalhando nesta questão. Entendemos que não podemos ficar por ultimo no ranking nacional que vislumbra a retirada da vacinação. Precisamos reafirmar nossos posicionamentos, nossa qualidade de trabalho na pecuária e ter em mente que o mercado mundial está consolidando suas posições de suprimento e o Rio Grande precisa saber se posicionar neste contexto”, falou o presidente da Farsul, Carlos Sperotto.
Nestor Bonfanti, vice-presidente da Fetag, disse que a entidade “acredita ser viável o pedido do governo, mesmo sabendo que não será imediato. A Fetag trabalhará junto com o governo nesse objetivo”.
Para o presidente do Fundesa, Rogério Kerber, “essa decisão sinaliza que os setores de produção estão em um entendimento unânime, no sentido de solicitar ao Ministério da Agricultura esta avaliação do sistema de defesa sanitária do estado”.