O mês de setembro é a época onde os empresários do ramo do tradicionalismo ficam mais otimistas. É neste período dos festejos farroupilhas, que peões e prendas de todas as idades querem entrar no clima ou até mesmo renovar o seu guarda-roupa campeiro. No entanto, o cenário da crise econômica ainda deixa marcas, inclusive, no volume de vendas do setor. A projeção, segundo proprietários de estabelecimentos comerciais de Bento Gonçalves, não é animadora: números mostram uma tendência de diminuição ou manutenção em relação ao ano passado.
A projeção da proprietária de uma loja de artigos tradicionalistas no bairro Botafogo, Daiane Gasperin Magnaguagno, é de manter os índices de vendas de 2016. “Desde agosto é que começamos a vender de forma mais intensa, em virtude das festas de setembro. Nesse ano, o vestuário infantil é o que mais saiu aqui na loja. Destaque também para as bombachas e alpargatas adultas, que também tiveram um bom fluxo. No entanto, não teremos crescimento, em relação ao ano passado”, explica. Daiane afirma que os consumidores estão mais cautelosos. “Antes, eles levavam a pilcha completa, hoje, compram só um lenço, uma guaiaca ou uma bota. A justificativa é de economia, já que a crise não foi embora”, acredita.
As crianças integram a maior parte dos consumidores que querem estar no estilo para festejar as tradições. Além das vendas de indumentárias para o público infantil, entre as peças mais procuradas pelos adultos é a alpargata. Segundo Daiane, devido às temperaturas mais amenas, o cliente busca roupas mais confortáveis.
As vendas de bombachas, botas, vestidos, chapéus, entre outros itens, também afetaram o comércio de André Eduardo Zmozinski, no Centro de Bento Gonçalves. Segundo ele, nos últimos três anos, os números apontam queda na compra dos artigos. “A diminuição é visível. É o reflexo de uma crise econômica e política que o país vive nos últimos tempos”, afirma. Zmozinski relata que na loja não são realizadas promoções, porém, desde o ano passado, os preços ficaram mantidos, a fim de atrair a clientela, porém, o controle no bolso do cliente fez com que as vendas despescassem. “A gente trabalhou o ano todo com os valores do ano passado, alguma promoção. Mas a gente sente que o dinheiro do consumidor está curto. Ele vem até a loja e compra somente o necessário. Neste ano, o que mais vendemos foram a indumentária infantil e alpargatas para adultos”, pontua.
Embora a maior procura pelos artigos seja para consumo próprio, os estabelecimentos de Bento disponibilizam opções de presentes especiais para a época. Os kits de churrasco e chimarrão estão entre os que têm maior saída e oferecem um custo razoável, segundo os proprietários.