Empreendedores buscam adesão ao sistema que visa aumentar as vendas, atualmente locais, para todo o estado. Foto: Reprodução

Habilitado desde junho passado, o município de Bento Gonçalves pode auxiliar no funcionamento e ampliação de renda das famílias que vivem das pequenas indústrias de produtos coloniais. Esse também é o objetivo do Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar (Susaf), que permite a venda de produtos de agroindústria fora dos locais de origem, estimulando o setor primário, a produção e comercialização por agroindústrias de produtos de origem animal. Conforme a Secretaria da Agricultura, a burocracia torna o processo rigoroso para evitar problemas sanitários durante a fabricação dos produtos.

De acordo com a legislação do Susaf, agroindústrias que trabalham com produtos a base de pescados, leite, carne, mel, ovos e seus derivados são enquadrados na legislação. Segundo o médico veterinário e coordenador da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) de Bento Gonçalves, Cristiano Selbach da Silva, diversos empreendimentos tem o perfil para aderirem ao sistema e buscam orientações para solicitar o selo. “A maioria dos pequenos produtores locais registrados vende apenas no município, mas a partir do Susaf poderão aproveitar melhor a sua mão de obra e conquistar novos mercados consumidores em outras cidades”, explica. Ainda, segundo Silva, o objetivo é ampliar as oportunidades, prezando pela qualidade e a segurança dos produtos oferecidos à população, além de abrir novos canais de comercialização da agricultura familiar bento-gonçalvense.

Questionado sobre a grande quantidade de documentos exigidos, Silva garante que são necessários para assegurar a qualidade final dos produtos. “Ao buscar adesão ao Susaf, o empreendedor deve estar ciente de que há uma extensa lista de critérios que precisam ser cumpridos e que garantem as condições higiênico-sanitárias das indústrias”, explica. Após aprovação dos projetos, o prazo para as empresas garantirem sua inclusão ao Susaf, gira em torno de um dia.

Burocracia necessária

Com a documentação entregue e obras sendo realizadas no empreendimento, Vanderlei Tansini, proprietário de uma indústria de produção de cortes temperados de aves e suínos, e de fracionamento de frios e queijos, garante que após a aprovação, o sistema irá ampliar as vendas e o trabalho. “Hoje, estamos chegando a dez toneladas de produtos. Após a autorização, poderemos duplicar este número. Não existe coisa simples, a documentação é detalhista e bastante complicada. São normatizações que devem ser seguidas diariamente”, afirma.

 

Queijaria é a primeira a conquistar adesão

Uma queijaria, na ERS-444, Estrada da Vindima, no Vale dos Vinhedos, que se enquadra em uma micro usina de produção de queijos é a primeira a vender com o selo do Susaf. Atualmente, a empresa produz aproximadamente 60 quilos de queijo por dia. De propriedade da família Mocellini, a adesão ao Sistema buscou priorizar a qualidade do produto e permitiu que a comercialização alcançasse outras cidades do estado. “O processo foi longo em razão da burocracia. Felizmente, com o empenho da prefeitura e organização da nossa queijaria, conseguimos a adesão”, lembra os proprietários.