Depois de mais dois casos seguidos de envenenamento de animais de estimação no bairro Imigrante na semana passada, os moradores organizam um protesto para tarde de sábado, 1º de setembro. O objetivo do movimento é conscientizar a sociedade sobre a gravidade dos crimes e demonstrar luto e respeito pelos pets envenenados.
Uma cachorra e uma gata morreram na semana passada. De acordo com relatos dos moradores, os casos foram parecidos com aqueles que já vêm ocorrendo desde 2016, inclusive nos mesmos locais, próximo à escola e ao ginásio do bairro.
Segundo informações da ONG Sou um Grãozinho de Areia, pelo menos 14 animais de estimação já foram vítimas de intoxicação no local entre 2016 e 2017, sendo que a forma como o crime é cometido se repete em várias situações. Por isso, a comunidade acredita que a mesma pessoa é quem está cometendo os atos.
De acordo com a coordenadora da ONG, Márcia Manuel, nas duas mortes da semana passada ficou evidente que o veneno utilizado foi, novamente, a estricnina, de comercialização proibida. “Os animais ficam enrijecidos, transpiram e babam muito”, observa.
Ela relata que a estricnina possivelmente tenha sido deixada próximo à Escola Municipal Agostinho Brum e na praça do bairro, na rua João Casagrande. “A cachorra saiu do pátio e foi até o ginásio, ingeriu o veneno às 18h30 e foi a óbito meia-hora depois”, relata.
Ainda segundo Márcia, antes de morrer, o animal mordeu a mão do dono. “Graças a Deus a lesão foi bem superficial, mesmo assim ele limpou, desinfetou e fez curativo. Se o ferimento fosse mais profundo, ele poderia ter sido envenenado”, alerta.
Luto e protesto
A manifestação deve ocorrer às 15h de sábado, 1º de setembro, na praça do bairro Imigrante. Segundo Márcia, será colocada uma faixa preta ao longo de toda a rua e cartazes serão colados no local. “Nós estamos convidando todas as pessoas que puderem vir, os moradores, os alunos, todo mundo”, ressalta.
Márcia não tem estimativa de quantas pessoas irão participar do ato, mas salienta que a mobilização é essencial para cessar com os crimes envolvendo animais. “Nós queremos mostrar que a morte dói, ela não machuca só os bichinhos, porque envolve também as famílias e as crianças”, pontua. Além disso, a coordenadora ressalta que o envenenamento representa um risco às pessoas que têm contato com os animais intoxicados, por isso envolve toda a comunidade.
Após denúncias frequentes dos moradores do Imigrante, a Prefeitura de Bento Gonçalves instalou no local uma placa alertando que “envenenar animais é crime federal”. Além disso, o aviso deixa um telefone para denúncia.