Tem coisas difíceis de tratar, na forma escrita, e que são corriqueiras na vida das pessoas.
Esta crônica vai tratar da CUSPARADA, ou CUSPIDA. Coisa que o os animais não sabem fazer e por isto babam (com exceção de um tipo de cobra que cospe veneno e um peixe que mira os insetos com água, para fazê-los cair e saboreá-los, coisa incrível).
O “homo sapiens” cospe! Desde criança, quando aprende as primeiras malandragens, o ser humano cospe.
Com o passar do tempo aprendemos que a necessidade de cuspir tem a forma educada de fazê-lo, especialmente quando em ambiente social, de convivência com outras pessoas.
Ao invés de sair cuspindo por aí, usa-se um lenço de bolso (ou um pedaço de papel higiênico) e pronto. Disfarçadamente resolvido.
Pois estava viajando entre Bento e Garibaldi quando ao tentar ultrapassar um caminhão saiu da cabine do motorista uma cusparada que parecia um frango voador. Coisa horrível que, no silêncio, xinguei com um nome feio, daqueles.
Diminui a marcha da viagem e fiquei atrás do dito caminhão com medo de ser atingido por um novo projétil. Certamente o cara não tinha onde depositar o resíduo e, “PLAFT”, jogou pela sua janela.
Talvez não tivesse me visto ultrapassando mas…. HORRÍVEL.
Há vezes que acontece: acabou o lencinho, o rolo de papel higiênico também acabou e só resta a janela do carro.
Noutra viagem, no “retão” de SS do Caí, chovia e aconteceu comigo. Precisei do papel e tinha acabado. Fui até precavido: olhei pelos três retrovisores e não havia ninguém na retaguarda. A frente estava segura, o asfalto sendo lavado e, tudo nos conformes.
Estava sozinho no carro e sempre cuidando da estrada, sem desviar o olhar para os controles que estão ao alcance da mão, apertei o botão elétrico e abri O VIDRO DE TRÁS.
Para não perder a visão da estrada, que estava molhada, mais que ligeiro virei o rosto e “PLAFT”, no vidro de meu carro, FECHADO.
Deve ter sido praga do motorista do caminhão.