Afirma o Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, na manhã de segunda-feira, 5 de maio, em palestra no CIC-BG em parceria com o Sicredi
Em um encontro que reuniu importantes lideranças locais e estaduais, o Secretário de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Sul, Ernani Polo, compartilhou sua visão sobre a aplicação de uma gestão pública moderna e empreendedora como motor para impulsionar o desenvolvimento econômico. O evento, realizado no CIC-BG, ecoou a importância da colaboração entre os setores público e privado, bem como a necessidade de um olhar atento às contas públicas para garantir investimentos e crescimento sustentável.
Polo iniciou sua fala transmitindo um abraço do Governador Eduardo Leite e do Vice-Governador Gabriel Sousa, ressaltando o trabalho conjunto que o governo estadual tem desenvolvido. Ao citar conversas recentes com o prefeito Diogo Siqueira e com o deputado Pasin, o secretário destacou a sinergia entre as entidades locais e o poder público. “Essa liderança do prefeito, com o deputado Pasin, e as entidades trabalhando de forma muito conjunta, apoiando as iniciativas, e isso faz toda a diferença”, afirmou Polo, sublinhando a relevância do apoio das entidades para iniciativas que, por vezes, não têm sua importância percebida de imediato pela comunidade.
Com uma visão pragmática, Polo enfatizou que os resultados de muitas ações implementadas pelo poder público não são imediatos, demandando tempo e, crucialmente, o respaldo das entidades para sua sustentação. A integração entre o público e o privado foi apontada como fundamental, onde cada setor, com suas responsabilidades e atribuições, deve ter a capacidade de dialogar e potencializar ações em prol do desenvolvimento. “É fundamental essa integração do público com o privado, cada um com as suas responsabilidades e atribuições, mas tendo a capacidade de sentar junto na volta da mesa e poder potencializar, dar maior velocidade aquilo que é fundamental e primordial ser feito pela gestão pública”, destaca o secretário.
Polo explica ainda que a obrigação do Estado vai além da não interferência, demandando um papel ativo no apoio ao setor empreendedor, fomentando o crescimento, os investimentos e a geração de emprego e renda. “Eu não me conformo com aquela máxima que tem, aquela expressão que o poder público não atrapalhando já ajuda. O poder público tem a obrigação e a responsabilidade de ajudar, de apoiar o setor empreendedor, poder crescer, fazer investimentos, gerar mais emprego e renda”, declarou enfaticamente.
O secretário argumentou que essa atuação mais direta do poder público se torna viável quando há um equilíbrio nas contas públicas. Ao fazer um paralelo com o trabalho que vem sendo desenvolvido na Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Polo rememorou a premissa do governador Eduardo Leite: “quem não cuida das contas, não consegue cuidar bem das pessoas”. Um cenário de contas desequilibradas impede a realização de investimentos e ações essenciais em diversas áreas, limitando a capacidade de criar as condições ideais para o crescimento dos negócios. “Quem gera riqueza, quem gera emprego não é o poder público, é o setor privado, mas o poder público tem um papel preponderante nesse aspecto”, ponderou Polo.
Ao fazer uma referência ao deputado Pasin, Polo reconheceu o trabalho desempenhado pelo parlamentar na Assembleia Legislativa, destacando sua capacidade de levantar pautas importantes e suscitar debates. Ele ressaltou a importância do contraponto e da divergência construtiva para o aprimoramento das ideias e ações. “A crítica, quando ela é feita de forma construtiva, ela nos faz mais inteligentes, porque ela nos faz pensar diferente”, refletiu o secretário, compartilhando sua experiência como presidente da Assembleia Legislativa durante o período crítico da pandemia, onde a troca de ideias, mesmo com divergências, contribuiu para a calibração das ações governamentais.
Polo também relembrou o período desafiador em que foi secretário no governo Sartori, marcado por uma grave crise financeira estadual, chegando ao ponto de atrasar salários. Ele enfatizou a importância de concentrar esforços na busca por soluções, em vez de se deter na procura por culpados. Contudo, apontou fatores como o gasto excessivo ao longo de muitos anos, a perda de capital humano e financeiro, e uma visão arrecadatória excessivamente conservadora da Secretaria da Fazenda como elementos que contribuíram para a deterioração das contas públicas e a perda de competitividade do estado.
Apesar dos problemas fiscais crônicos que ainda persistem, Polo sinalizou avanços importantes. A reforma da previdência, privatizações e concessões concluídas, e a suspensão da dívida com a União foram apontados como fatores que geraram recursos e oportunidades de investimento. Ele ressaltou que, diferentemente do passado, o dinheiro proveniente de privatizações está sendo destinado a investimentos estratégicos, e não para cobrir despesas correntes. A eliminação do caixa único e a devolução de recursos de depósitos judiciais também foram mencionadas como medidas importantes para a saúde financeira do estado.
Esses movimentos, segundo Polo, possibilitaram o maior pacote de investimentos da história do Rio Grande do Sul, com reflexos positivos na segurança pública, onde a redução de indicadores de criminalidade é notória. Ele enfatizou a importância da continuidade das políticas públicas e da integração das forças de segurança, bem como os investimentos em tecnologia e equipamentos. A superação de problemas como a falta de efetivo, a defasagem de armamentos e a precariedade das viaturas foram destacados como avanços significativos.
Na área da saúde, o secretário anunciou investimentos de quase um bilhão de reais em hospitais, visando a melhoria da infraestrutura e a ampliação do acesso a serviços de saúde no interior. Ele também abordou a necessidade de adequação dos gastos em saúde e educação às exigências constitucionais, o que demandará um aumento de recursos nessas áreas.
A educação foi apontada por Polo como fundamental para o futuro do estado. Ele destacou os investimentos na ampliação de escolas de tempo integral, com a meta de alcançar 50% da rede estadual até o próximo ano. Essa iniciativa visa melhorar as condições de aprendizado, reduzir a evasão escolar e oferecer reforço nas disciplinas onde os alunos apresentam maior dificuldade. “A educação é diferente de outra área. Na saúde, você vai lá e bota um tomógrafo, uma ressonância, e ele já sai trabalhando outro dia. A escola, a educação, ela leva tempo para a gente produzir resultados”, ponderou, ressaltando a necessidade de um trabalho constante e planejado para avançar na qualidade do ensino.
Ao final de sua exposição, Ernani Polo reafirmou o compromisso do governo estadual com uma gestão pública eficiente e voltada para o desenvolvimento, enfatizando a importância da parceria com o setor privado e com o foco nos principais pontos para o desenvolvimento do Estado, ressaltando os cinco principais eixos de atuação: capital humano, inovação, ambiente de negócios, infraestrutura e recursos naturais.