No mês de abril é realizada a campanha de conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). TEA é um distúrbio que altera as funções do neurodesenvolvimento da pessoa, o que pode interferir na capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento. O Abril Azul estabeleceu-se por iniciativa da Organização das Nações Unidas, que criou, em 2007, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, celebrado em 2 de abril.

Importância


A fonoaudióloga Érica Cimadon ressalta a importância da conscientização para desmistificar preconceitos e a falta de compreensão em torno do tema. “É um mês que dá visibilidade não apenas ao transtorno em si (como sinais de alerta e orientações em relação aos tratamentos), mas a todas as dificuldades encontradas na vida dessas crianças e suas famílias, como a dificuldade na inclusão escolar, o despreparo e a falta de locais acessíveis e adequados a esta comunidade”, explica Érica.
A campanha Abril Azul dedica-se a disseminar informação e promover a conscientização sobre o (TEA) na sociedade. Seu objetivo principal é combater a discriminação, fomentar a inclusão e o respeito para com as pessoas com (TEA), além de sensibilizar a população para a crucial importância da aceitação, da empatia e da compreensão de suas necessidades específicas.

Diagnóstico


A fonoaudiologia tem um papel fundamental para a realização do diagnóstico da criança ou adulto com (TEA), sendo até mesmo, a primeira procura dos pais para entender a situação. “Muitas vezes somos os primeiros profissionais a serem procurados devido à ausência da fala ou a dificuldade na comunicação. Dessa forma, a avaliação fonoaudiológica criteriosa consegue identificar quais os requisitos para a comunicação estão comprometidos, quais os fatores que podem estar colaborando para isso e como a família pode estar agindo nesses casos”, destaca Érica.


Desde os primeiros anos de vida, crianças com (TEA) podem apresentar sinais de alerta importantes, tornando crucial que os pais busquem avaliação especializada para investigar a situação. A fonoaudióloga Érica enfatiza: “Os sinais podem ser observados desde muito cedo, como atraso no desenvolvimento da fala, contato visual limitado, interação social reduzida, dificuldade em expressar desejos (através do apontar ou mostrar), entre outros. É importante ressaltar que a manifestação desses sinais pode variar significativamente dependendo do nível de comprometimento de cada criança”, destaca.

Tratamentos


A campanha também busca informar e reconhecer os tratamentos para a doença. Não existem tratamentos mais adequados para quem tem o transtorno, e sim o tratamento com o qual melhor cada indivíduo se adapta. “Não existe uma abordagem única e nem a mais indicada. Cada criança apresenta suas particularidades e o seu funcionamento. Com os objetivos claros e definidos, a terapia fonoaudiológica deve estimular as habilidades necessárias para o desenvolvimento da comunicação, levando em consideração os interesses da criança para engaja-la ao máximo às atividades propostas”, enfatiza Érica.


A fonoaudiologia pode ser o ponto de partida para o tratamento do TEA, sendo que muitas pessoas diagnosticadas com a doença apresentam dificuldade na fala. Com isso o papel do fonoaudiólogo é de extrema importância. O uso de comunicação alternativa e aumentativa deve ser o ponto de partida. “Muitas crianças com TEA podem não desenvolver a fala ou desenvolvê-la com muita dificuldade. Utilizar recursos de comunicação alternativa e aumentativa irá favorecer um aumento no repertório de linguagem receptiva e expressiva, além de dar a oportunidade da criança participar de forma ativa das situações sociais. A Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA), poderá ser um atalho para o desenvolvimento da fala, poderá ser um auxílio nas dificuldades de articulação da fala ou poderá ser o recurso de comunicação que acompanhará essa criança por toda a sua vida”, salienta a fonoaudióloga.