Segundo a diretora do Ipurb, Melissa Bertoletti Gauer, a empresa contratada já está se mobilizando para realizar a pavimentação

A Via Trento, que liga a cidade ao Vale dos Vinhedos pela linha 6 da Leopoldina, vem sofrendo com a demora das obras de pavimentação. Com as fortes enxurradas de maio, houveram muitos transtornos às famílias residentes no local. Como a estrada é calçada por paralelepípedos, a canalização não deu conta para o escoamento da chuva, invadindo casas e danificando a estrada. A Prefeitura contratou a empresa Bripaza para consertar o trecho, mas a demora das obras traz indignação aos moradores. “Essa empresa está fazendo toda a canalização da água que escorre dos morros para ir para os rios, o que para nós vai ser bom. Entretanto, a obra está indo muito devagar e um dos principais problemas é a poeira. Na minha casa, por exemplo, tem meses que a gente não abre os vidros. Todo dia temos que tirar terra dos móveis. É um descaso, mesmo que temos ideia de que o processo é trabalhoso”, destaca Rodrigo Bernardi, um dos moradores do local.

Bernardi ressalta que a questão da poeira é um perigo para sua família e todos os moradores. “Meu filho tem asma, para a saúde da nossa família isso não é nada bom, fora os meus vizinhos”, declara.

Obras iniciaram em julho do ano passado

Além disso, ele frisa os buracos na via. “Tenho vizinhos que já relataram que quebraram suspensão, furaram pneu e teve pessoas que caíram de moto”, reitera.

Andrelise Festa, outra moradora, destaca que está havendo um declínio da segurança, com a situação da via. “As pessoas andam rápido mesmo tendo as obras, e muitas vezes temos que andar na contramão pela condição da estrada que está sendo mexida. Agora na safra da uva passam muitos caminhões, eles têm dificuldade de passar, não só os caminhões, mas os ônibus também”, evidencia.

Já Cíntia Gasparetto comenta que a demora em finalizar a obra atrapalha toda a logística, além da falta de comunicação com os moradores. “Não sabemos quando a obra vai terminar e nem exatamente porque está parada. O poder público não nos dá essas informações. Fora que a obra gera muitos transtornos, mas todos sabemos que obras como essa geram grandes impactos na logística da rua, porém o atraso em de fato terminar, acaba prejudicando a vida dos moradores. Eu moro de frente para a rua, bem no início da obra, com esse calor que está fazendo, acabo tendo que deixar todas as janelas fechadas da frente da minha casa por conta do pó. E isso desde julho, quando a obra iniciou”, desabafa.

Prefeitura contratou a empresa Bripaza para consertar o trecho

Muitos moradores dizem que a obra fica paralizada por conta de falta de pagamento, mas prefeitura diz que pagamento está em dia.

A diretora do Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano (Ipurb) de Bento Gonçalves, Melissa Bertoletti Gauer, se pronunciou sobre o assunto. “É uma obra grande e muito importante para a localidade atingida no período da calamidade em maio. Devido à execução da obra sobre um maciço rochoso, os serviços tornam-se mais prolongados, exigindo, inclusive, a renovação periódica das licenças para detonação de explosivos. Faltam para execução da drenagem cerca de 600 m. Atualmente, a empresa contratada para pavimentação, já está se mobilizando para realizar a pavimentação em CBUQ (Concreto Betuminoso Usinado a Quente) nos trechos que já foram concluídos”, enfatiza.