Moradores veem o bairro como um bom lugar para morar e procuram trabalhar em negócios próprios ou empresas locais

O bairro Barracão é descrito por seus moradores como um lugar acolhedor, calmo e marcado por um forte senso de comunidade. Apesar de alguns desafios relacionados à infraestrutura e serviços públicos, os habitantes destacam os aspectos positivos de viver na região e as oportunidades que o bairro oferece.

Leonildo Kunzler, aposentado que vive há 36 anos no Barracão, descreve uma vida no bairro como tranquila e cheia de boas relações. Ele relembra os anos dedicados ao trabalho numa empresa de alimentos e agora, aproveita o tempo para cuidar de pequenas plantações e jogar canastra com os amigos. “A união no bairro é algo que não mudou. Todo mundo aqui se conhece e se respeita”, afirma.

No entanto ele destaca, o que para ele, é o principal problema do bairro. “Não vejo muitos problemas no Barracão, para mim está tudo tranquilo, a única coisa que precisaria mais eram horários de ônibus durante a semana e fim de semana”, afirma.

Leonildo Kunzler e Angelina Conte destacam a união da comunidade como ponto forte do bairro

Kunzler ressalta a questão da saúde. “Tem o posto de saúde, às vezes é meio demorado, porque temos que agendar consultas, muitas vezes demora oito dias, ou até dez para conseguir o agendamento, mas somos bem atendidos. Porém, não tem farmácia no comércio”, confirma.

No Barracão tem duas escolas, a EMEF General Rondon e a Escola Estadual Ensino Fundamental Nossa Senhora Da Salette. No entanto, como destacam o casal Luis Carlos Costa e Silvane Rossoni, falta uma creche. Eles pontuam outros problemas. “Falta bastante coisa na saúde. Porque às vezes a gente quer agendar algum horário no posto de saúde, mas não tem horários, é difícil. Outro ponto negativo é a falta de um asfalto, porque o paralelepípedo atual é muito antigo, seria bom um asfalto”, conta.

Para Costa, que é motorista e freteiro, o Barracão tem sido um local onde as famílias ficam por ser um lugar bom para morar. “Quem veio de fora, como eu, conseguiu construir uma vida boa aqui. É um bairro onde todos se conhecem. Meus filhos, inclusive, não querem sair do Barracão, uma tem seu próprio negócio, um salão de beleza. Outros trabalham nas empresas locais”, comenta.

Luis Carlos Costa e Silvane Rossoni vivem há mais de 20 anos no Barracão

Infraestrutura

O bairro conta com empresas geradoras de empregos, além de serviços como posto de saúde, restaurantes, posto de gasolina e um salão comunitário. Entretanto, o campo de futebol, da Sociedade Educacional Cultural Barracão, está em desuso por conta das enchentes deste ano e sem previsão para retomada. “O campo ainda está fechado, e precisa de revitalização. É algo que esperamos ver resolvido logo. Era um lugar de lazer para todo a família”, comenta Costa.

No entanto o casal destaca a tranquilidade do bairro. “É um bairro de gente boa e trabalhadora”, pontuam.

Carências e potencialidades turísticas

O Barracão não possui projetos sociais ou uma programação cultural significativa, mas oferece espaços de lazer como uma pracinha e eventos comunitários, organizados em um salão local. Festas como a de Nossa Senhora da Salete em setembro e da Imaculada Conceição em dezembro, são momentos de celebração para os moradores.

Sobre as pontencialidades turísticas, Costa destaca o castelo perto do salão comunitário. “Temos o castelinho, que hoje, é uma destilaria, além da Cascata dos Amores e o Caminhos de Pedra ser perto”, comenta.

Crescimento e perspectivas

O bairro vem mudando ao longo dos anos. Para Kunzler, as melhorias são visíveis, mas ele acredita que ainda há espaço para mais avanços. “A união da comunidade e o trabalho das pessoas daqui são o que fazem o Barracão ser especial. Se o governo olhar um pouco mais para nós, podemos crescer ainda mais”, ressalta.

Sobre a segurança, Costa destacou que é um lugar onde sempre tem viaturas passando, por conta da Penitenciária Estadual, que fica no Barracão. “Tivemos assaltos no colégio, no salão comunitário, por isso, mesmo com muitas viaturas passando, falta uma polícia comunitária, como tinha antes”, reitera.

Um lar para muitas gerações

Para os moradores, o Barracão é mais do que um bairro, é um lugar onde as raízes se fortalecem. Filhos e netos crescem valorizando a tranquilidade e as oportunidades oferecidas. “Mesmo com propostas para se mudar, eles não querem sair daqui. O que mantem os jovens é o emprego”, declara Costa.

Catiane Borges, mesmo jovem, virou zeladora da Rua Avelino Signor, no Barracão. Ela destaca os desafios da atuação. “A zeladora anterior estava há 40 anos, mas quis passar para uma outra pessoa para trazer mais gente para a comunidade. Falta união para vir na missa e participar das atividades comunitárias”, afirma.

Catiane Borges é zeladora da Rua Avelino Signor, no Barracão

Catiane evidencia o perfil da juventude do bairro. “Aqui no Barracão, os jovens sempre procuram se ocupar, mas é difícil eles terem maior participação”, finaliza.

Os moradores destacam a união do bairro, mas ressaltam a importância de ter um olhar mais atento para o bairro. “Não temos projetos culturais ou sociais”, conclui Kunzler.