Incidente ocorreu na noite de quarta-feira, 13 de novembro, e é tratado como um possível atentado. Um homem morreu, e a segurança foi reforçada em pontos estratégicos.
Na noite de quarta-feira, 13, uma série de explosões abalou a Praça dos Três Poderes, em Brasília, e gerou um grande aparato de segurança e investigação. O incidente, ocorrido por volta das 19h30min, levou à morte de um homem, identificado como Francisco Wanderley Luiz, de Rio do Sul, e mobilizou diversas forças de segurança, incluindo a Polícia Federal, a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e equipes de perícia. O caso já é tratado como um possível atentado, e as autoridades estão trabalhando para apurar as circunstâncias do evento.
De acordo com informações do Supremo Tribunal Federal (STF), dois fortes estrondos foram ouvidos nas proximidades do prédio da Corte, que fica no centro da Praça dos Três Poderes. Os ministros do STF e servidores do tribunal foram imediatamente retirados do local por questões de segurança. A situação gerou pânico, mas não houve mais vítimas entre os ocupantes do edifício.
O presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, entrou em contato com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. Barroso também manteve comunicação com o governador Ibaneis Rocha, que estava em viagem a Roma.
Investigações em andamento
O Ministério da Justiça e Segurança Pública anunciou que a Polícia Federal abriria um inquérito para investigar as causas das explosões. Segundo informações iniciais, um dos artefatos foi detonado em um veículo estacionado próximo ao Anexo quatro da Câmara dos Deputados, enquanto o outro teria sido ativado por um homem, que aparentemente era a vítima fatal da explosão.
A Polícia Militar do DF foi responsável por manter o corpo da vítima no local da explosão até que a perícia fosse realizada e o risco de outros artefatos explosivos fosse descartado. A área foi isolada e uma varredura minuciosa foi realizada, mas, até a última atualização, não foram encontrados outros explosivos na região.
Reforço na segurança e paralisação de sessões no Congresso
A segurança na Praça dos Três Poderes foi reforçada, com a atuação de policiais do Comando de Operações Táticas, do Grupo de Pronta-Intervenção da Superintendência Regional no Distrito Federal, e de equipes especializadas, como o Batalhão de Operações Especiais (Bope). O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) também realizou uma varredura no Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, mas não encontrou indícios de ameaças adicionais.
Na Câmara dos Deputados, a sessão plenária que estava em andamento foi suspensa, e o deputado Sóstenes Cavalcante, do PL do Rio de Janeiro, interrompeu os trabalhos após ser pressionado por parlamentares do PSOL. A medida visou garantir a segurança dos deputados e servidores presentes na Casa.
Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, lamentou o ocorrido e reforçou o compromisso da Polícia Legislativa em ajudar nas investigações. Pacheco também mencionou os ataques de 8 de janeiro de 2023, quando manifestantes invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, relembrando a importância da vigilância constante e da segurança nas instituições.
Ações da Polícia Federal e perspectivas de apuração
Os peritos criminais da Polícia Federal foram acionados para investigar o local das explosões. De acordo com o Ministério da Justiça, a PF utilizará tecnologias avançadas, como ferramentas de imagens em 3D, para reconstruir o cenário e entender em detalhes a dinâmica do ataque. O Instituto Nacional de Criminalística (INC) da PF também está atuando na análise dos vestígios encontrados no local, como fragmentos dos explosivos e peças do veículo atingido, para determinar o tipo de material utilizado e sua origem.
Em um comentário nas redes sociais, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, sugeriu que a explosão poderia ter sido uma ação individual, relacionada a um possível atentado, mas que as investigações ainda estão em curso. A informação de que o veículo com explosivos pertence a Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, de Rio do Sul (SC), está sendo investigada, e a Polícia Federal deve esclarecer as circunstâncias do envolvimento dessa pessoa e o possível vínculo com os eventos ocorridos na Praça dos Três Poderes.
Segurança no Planalto e agendamento de compromissos presidenciais
Após o incidente, a segurança no Palácio do Planalto foi reforçada. No entanto, o presidente Lula, que não estava no Planalto no momento das explosões, recebeu a informação de que não há razão para suspender sua agenda oficial. De acordo com o general Marco Antonio Amaro do Santos, ministro-chefe do GSI, o presidente poderá manter seus compromissos no Planalto na quinta-feira, 14 de novembro, incluindo a cerimônia de recepção de cartas credenciais de embaixadores.
O reforço nas medidas de segurança foi estendido também à residência oficial, o Palácio da Alvorada, onde o presidente se encontra na noite desta quarta-feira. A entrada no local foi bloqueada temporariamente e a segurança foi reforçada, enquanto o presidente recebeu o diretor-geral da Polícia Federal e ministros do STF.
Próximos passos
A investigação segue em andamento e, nos próximos dias, a Polícia Federal deverá apresentar mais detalhes sobre as circunstâncias do incidente. O foco será esclarecer se as explosões foram uma ação isolada ou parte de uma ação planejada, e identificar os responsáveis, se houver participação de mais indivíduos.
Foto: Polícia Federal e Bruno Perez / Agência Brasil