Passado o tranquilo segundo turno gaúcho, o que se vê é que o novo não ganhou espaço desta vez para ascender ao cargo político nas cidades do sul. Com a maior reeleição nos últimos 20 anos em todo o país, no Rio Grande do Sul, especificamente, o centro e a direita marcaram as prefeituras do estado.
PSDB, PL, PP, MDB foram os destaques nas urnas municipais. Com esse cenário, nota-se uma esquerda encolhendo, perdendo espaço mesmo com a representatividade do governo federal.
O segundo turno confirmou a tendência do primeiro: o pleito de 2024 bateu recorde de reeleições. No total, 2.458 dos 5.569 municípios brasileiros reelegeram seus prefeitos: uma taxa de reeleição de 44%. Essa eleição trouxe à tona que o povo quer mudança, mas com cautela. Isso demonstra a valorização de quem fez, atuando em tempos de crises importantes mundiais e locais – como nos casos de pandemia, lockdown, enchentes gaúchas.
Nomes polêmicos como Marçal, Boulos, Datena perderam força e não conseguiram tirar a reeleição do atual prefeito. Resultados municipais, assim, mostram queda na polarização muito presente na oposição Lula x Bolsonaro e candidaturas extremadas não levam a maioria das prefeituras. Enquanto PT de Lula leva apenas uma capital no país, PL de Bolsonaro, quatro. Nas outras 21, quem vence o pleito é centro e direita, distantes do extremismo.
Resultado das eleições municipais ainda mostra baixa representatividade de mulheres e negros, mesmo sendo ambos a maioria da população. O avanço é que a eleição feminina bateu recorde quanto ao número de prefeitas eleitas.
O resultado das urnas mostrou que, dessa vez, não houve espaço para o radicalismo, para quem pouco fez e muito criticou o adversário. O povo demonstrou que não elegeria o diferente simplesmente por desejar trocar a representatividade, afinal, cautela e canja de galinha nunca fizeram mal a ninguém.