No sábado, 26, a cerimônia contou com autoridades do município de Pinto Bandeira, da Emater, Embrapa, produtores rurais e as princesas da 6ª Festa do Pêssego

Hadair Ferrari, Rubiane da Campo Rubbo; as princesas, Suéli De Toni e Jenifer Gomes da Cunha; Guilherme Pasin e José Antônio Nichetti foto: Nathielly Paz

No dia 26, às 9h30min, na propriedade de José Antônio Nichetti, foi oficialmente aberta a colheita do pêssego de Pinto Bandeira, evento promovido pela Asprofruta (Associação dos Produtores de Frutas de Pinto Bandeira). O município, conhecido como a Capital Estadual do Pêssego de Mesa, celebra a produção anual que movimenta a economia local com 18 milhões de quilos de frutas produzidas no próprio município e mais 25 milhões de quilos oriundos das cidades vizinhas. Além do pêssego, Pinto Bandeira também se destaca na produção de ameixas, uvas e cítricos, mas é ele que coloca o município em evidência no setor frutícola brasileiro.

O anfitrião do evento, José Antônio Nichetti, produtor há mais de 40 anos, relembra a história de sua família com a fruticultura. “Sigo o trabalho que meu pai e meu avô começaram há muitos anos. É uma honra para mim ver a nossa propriedade, onde sempre moramos, receber autoridades e amigos para esta abertura. Destaco também a importância da Embrapa de Pelotas, que contribui com variedades como a que vemos hoje, desenvolvidas e testadas aqui”, diz. Ele também enfatiza a parceria com a Emater, o banco Sicredi e a Silvestrin Frutas, que permite o escoamento da produção para várias regiões do Brasil e até para o exterior. “Pinto Bandeira hoje se orgulha de abraçar diferentes culturas, com qualidade para atender o mercado o ano inteiro”, completa.

Rubiane da Campo Rubbo, presidente da Asprofruta, pontua a importância de antecipar a divulgação da colheita. “Antes, fazíamos a abertura apenas nos anos de festa do pêssego, mas percebemos que a fruta merece destaque em todas as oportunidades. Com novas variedades mais precoces, como o Kampai, conseguimos adiantar o início da colheita para outubro, estendendo-a até fevereiro em altitudes variadas. Isso coloca Pinto Bandeira como referência nacional, não só pelo volume, mas pela dedicação dos nossos produtores”, afirma Rubiane.

A relevância econômica da cultura do pêssego para o município foi enfatizada pelo gerente regional da Emater RS Ascar, Gilberto Bonatto. “O pêssego é o carro-chefe da agricultura local, envolvendo cerca de 180 produtores e uma área expressiva de 900 hectares. Social, econômica e ambientalmente, o impacto é enorme, e vemos o comprometimento dos produtores em adotar práticas sustentáveis, com apoio da Embrapa na pesquisa de materiais que reduzam o uso de insumos”, destaca Bonatto, que parabeniza os agricultores pelo trabalho em um ano de desafios climáticos e deseja uma safra próspera.

A chefe de transferência de tecnologia da Embrapa, Andréia de Rossi, reforça o papel da instituição na cadeia produtiva da fruticultura local. “Esse é um momento especial de celebração após um ano de desafios. Trabalhamos em proximidade com produtores, Emater e técnicos para impulsionar práticas sustentáveis, como o monitoramento da mosca-das-frutas, que impacta diretamente a qualidade da produção”, explica. Ela ressalta ainda a importância de atrair jovens para o campo. “Queremos que novas gerações vejam valor no que fazemos e encontrem na agricultura um caminho de qualidade de vida e rentabilidade”, conclui.

O deputado estadual Guilherme Pasin reforçou o compromisso com o desenvolvimento agrícola e a valorização dos produtores. “É gratificante ver os frutos do trabalho da Embrapa e Emater no dia a dia dos produtores. Este é um setor essencial para a prosperidade regional, e precisamos enxergar a agricultura como uma indústria limpa que sustenta a sociedade. A colheita deste ano tem um significado especial após um período de desafios climáticos e perdas”, ressalta Pasin, que propôs o projeto para instituir o Dia Estadual do Pêssego em 1º de dezembro.

Para o prefeito de Pinto Bandeira, Hadair Ferrari, a agricultura é a força motriz do município. “Nossa cidade é o que é hoje graças à agricultura, em especial à produção de pêssego e uva. Pinto Bandeira, com seus três mil habitantes, gera impacto na economia estadual e está bem estruturada para enfrentar a colheita e comercialização”, declara o prefeito, agradecendo o apoio dos produtores e da Asprofruta na valorização e expansão da produção.

Com a abertura da colheita do pêssego, Pinto Bandeira reafirma seu lugar de destaque no setor frutícola, evidenciando o trabalho conjunto entre produtores, instituições de pesquisa e assistência técnica.

Crédito das fotos: Nathielly Paz