De armas? Eu não gosto!

Não gosto de armas, nunca gostei. Tinha três, dois revólveres e uma espingarda de caça. Agora tenho duas. Uma delas estava guardada no cofre, se eu precisasse dela, tinha que, primeiro, lembrar do segredo do cofre. Os ladrões encontraram um meio mais fácil, explodiram meu cofre às vésperas do pagamento do salário. O meu revólver, 38, de aço inox, lindo, herança do meu avô, que eu usava “só para polir”, levaram, o dinheiro do salário também, o cofre ficou em frangalhos, o guincho Pasqualini se encarregou de levar embora os entulhos decorrentes do dinamite utilizado. Deveria ter ouvido meu avô, que me deu de presente um cofrinho da Caixa Federal com o conselho “lugar de dinheiro é no banco”. Agora é, quando tem, como nunca tem, se alguém dinamitar o cofre só vai encontrar papéis e relação de contas a pagar! Quanto à espingarda, se aparecer uma perdiz lá em casa, vou ter que procurar saber onde ela está, mas os sabiás, gordinhos porque eu os alimento, e, acordo com seu cantar às cinco da manhã todos os dias, nunca vão saber onde está guardada minha arma. Jamais fiz curso de tiro, gostaria muito de fazer e, nos tiros que dei acertar o “arvaro” foi uma missão muito difícil, quase impossível.

O meu curso de tiro como delegado

Fiz curso de Delegado de Polícia, me formei, assumi por um tempo, mas isso eu conto mais adiante. Tinha aulas de tiro, o então Delegado Pacheco alimentava (balas) as armas e ia passando de aluno para aluno. Para os bons de tiro, arma com uma bala, para os de tiro mais ou menos, três balas, para os ruins de tiro, esse era meu caso, seis balas. Arma na mão, “arvaro lá distante e pum, pum, pum, pum, pum, pum”! Na hora de olhar o tal de alvo, cadê os furos? As balas acho que iam na residência vizinha da academia. E eu falava: “Delegado Pacheco, essa arma está com problema”! Ele vinha e trocava de arma com outro aluno. E eu pum, pum,…, e, cadê os furos? Nada. “Delegado, esta arma também está com problema!, falei, e ele veio com outra arma, a terceira. Depois dos pum, de novo e, pela última vez, “Delegado, sinto muito esta arma também está com problema”. Ele pegou a arma e me disse “na lata”: “que arma com defeito coisa nenhuma”, explosão de Delegado é fogo, “o problema é tu, vou te passar com nota mínima, seis. Faço votos de que o bandido seja bem gordo para que haja alguma possibilidade de tu acertar”. Devo confessar que aquilo me abalou profundamente porque, na época, os meliantes bandidos eram bem magrinhos, hoje são todos gordinhos, observem. A situação se agravou porque o Delegado havia dito, em certa aula, que “puxou a arma, atira porque a possibilidade de vir de lá uma bala mortal é muito grande”. Se eu puxasse a arma teria então dois problemas: atirar e, o segundo, em bandido gordo! Muitos anos depois, fui a um oculista e veio o diagnóstico: “tu tem que usar óculos”, eu tinha de tudo, estigmatismo, estrabismo, tudo que termina em ismo eu tinha”. Tava explicado então porque, nas caçadas, eu matava corujas pensando que eram perdizes e, no curso de Delegado eu não acertava aquele benedeto “arvaro”, atirava no estômago (morte lenta e dolorida) e acertava na casa da vizinha. O problema era eu mesmo, não a arma. Esses dias um “armeiro” limpou a “ferrugem” das minhas armas. Depois de limpas, polidas, empunhei o revólver, apontei e falei, “mãos ao alto bandido magrinho”! Peguei a espingarda, apontei pro alto e vislumbrei várias perdizes, não seria mais necessário matar corujas no chão pensando que eram perdizes. Comer perdiz agora, só aquelas que o Jamirton Benazzi, um dos maiores caçadores que o mundo das perdizes produziu, dentro do que a lei permite, me oferece. E faz tempo que não! Quanto ao revólver, como sou de “paz e amor”, prefiro um bom e eficiente sistema de alarmes, sustentado na filosofia que “o preço do sucesso é uma eterna vigilância”, embora também fiel ao preceito de que “se queres a paz, prepara-te para a guerra”. Às vezes, ao olhar o meu diploma de Delegado eu fico a pensar que “há males que vem para o bem”. Se eu tivesse seguido a carreira teria umas vinte mortes de bandido nas minhas costas. Assim, procurei banir qualquer atividade bélica, mas, seria o jornalismo uma atividade bélica? Há controvérsias!

O matador de Novo Hamburgo

O meu introito acima foi para eu chegar até ele. O homem deve ter feito muito treinamento de tiro, deve ter estudado tudo sobre armamentos, tinha duas armas registradas (pistolas, carabina, escopeta) e duas não, era atirador legalizado, não tinha “estrabismo”, “estigmatismo”, e outros “ismos”, mas tinha uma mente doentia, despertada pelo ódio que nutria não só em relação a família, mas em relação também ao ser humano. Nesse acesso de fúria ele descarregou mais de 300 balas, em torno de 400, não em alvos de papel, mas em alvos humanos. Matou, 4 morreram, cinco com ele, outros feridos podem morrer, e, outros tantos, muitos policiais, foram atingidos inclusive na cabeça e estão hospitalizados. Edson Fernando Crippa, 45 anos, que depois de matar se matou ou foi morto, tinha laudos psicológicos e avaliações positivas, licenças, para o uso armas. No entanto, conflitos familiares, bullying, divergências, estresse acumulado pelo exercício de atividade de caminhoneiro, essas coisas, não entraram na análise psicológica. Eu sempre defendi, falei (Rainha FM 90.9 às 11:40) e escrevi sobre isso, que todas as escolas de segundo grau deveriam ter um psicólogo, e que todas as famílias pudessem ser assistidas, gratuitamente, por profissionais desta área. Os distúrbios mentais podem levar a matar, ou ao suicídio, como também podem causar muitos danos a relacionamentos, destruir famílias, maltratar crianças, confundir jovens, inclusive são levados para dentro de empresas criando um ambiente hostil e negativo. Depois de uma discussão violenta com os pais, com ações repressivas, Edson Fernando ficou, como diria meu avô, “fora de piombo” e esse desiquilíbrio emocional decretou a tragédia. A sociedade Brasileira parece estar oprimida, confusa, desacreditada, desamparada, vejam a divulgação dessa semana, ¼ da população de Caxias do Sul está endividada, não consegue pagar as contas, o que vai levar as lideranças empresarias, ligadas ao comércio a fazer, acordos junto aos devedores no sentido de que seja possível diminuir a insolvência. E por aí vai, situação que daria manchete do tipo “BRASIL, O PAÍS DA ESPERANÇA”.

Os cuidadores do futuro

A nível municipal, os guardiões dos interesses do cidadão Bento-gonçalvense estão em mãos do Prefeito e Vereadores eleitos. A nível de estado esboçam-se movimentos em direção aos candidatos futuros a Governador, Deputados e Senadores. Na minha opinião o Governador Leite está se saindo muito bem, não é um autocrata, é um democrata, governa a várias mãos, pelas mãos do PSDB, pelas mãos do MDB de seu Vice Souza, e do PP de seu super Secretário de Planejamento Ernani Polo. Na essência o povo quer melhor qualidade de vida. A nível municipal isso significa, empregos, saúde, qualificação, lazer, segurança, transporte, creches, amparo as crianças e juventude. A nível estadual, estradas, saúde, educação, segurança, desenvolvimento. Dentro desse contexto pensa-se nos melhores candidatos. Tudo indica que o Vice Governador Souza seja candidato a Governador pelo MDB, tendo como vice alguém do PP. Se levarmos em conta de que o PP elegeu 164 Prefeitos e o MDB 125, as possibilidades eleitorais dessa composição são muito grandes pois soma-se a isso também os 33 Prefeitos eleitos pelo PSDB, partido do Governador. O PL, partido do Bolsonaro, elegeu 36 Prefeitos. É do pensamento do Deputado PASIN de que o PL tenha no Deputado Luciano Zucco, de quem fala maravilhas, o candidato a Governador com o PP de Vice. Esses dois partidos juntos tem 200 Prefeitos eleitos. O PT tem, no Ministro PIMENTA, sua maior perspectiva. Nesta análise leve-se em conta de que o Prefeito de Porto Alegre MELO, que acho se reelege amanhã, também é perspectiva no MDB e que ONIX Lorenzoni também é perspectiva no PL, mas só perspectiva pois Bolsonaro gosta muito de ZUCCO.

Deputados

Lideranças de Bento entendem que PASIN deva ser candidato a Deputado Federal mas tenho a impressão que ele mira o Executivo, Deputação Estadual em segundo plano e Deputação Federal em última instância.

Senador e presidente

A postura de Bolsonaro, vitorioso no pleito municipal a nível Brasil, é de candidato a Presidente. Ele teve seus direitos políticos cassados não poderá ser. No entanto deve estar apostando numa anistia derivada do Congresso Nacional. Diante do quadro de Bolsonaro inelegível brotam candidatos da direita: Caiado, Tarcísio, Zema, no entanto Bolsonaro tem dado a eles um “para-te quieto”, acenando para MICHELE ou, EDUARDO, seu filho Vereador no Rio, como seus sucessores políticos mesmo que isso venha a dividir a direita aumentando assim as chances de LULA se reeleger pois as pesquisas tem indicado um leve favoritismo de LULA em relação a BOLSONARO, uma espécie de “empate técnico” como dizem essas pesquisas. Para SENADOR o que está visivelmente claro é a candidatura do Governador LEITE, se não lhe abrirem a brecha de ser candidato do centro-esquerda PSDB-PDT-MDB, a Presidente ou vice, nesse campo tudo é possível. Paulo Paim (PT) Giovani Cherini (PL) e Marcel Van Hatten (Novo) estão na vitrine para Senador. Onde nós, do povo, ficamos nisso? Entre a aprovação e a reprovação. Vocês estão vendo, no momento, um partido democrático? São todos fisiologistas, tudo é possível na medida que seja possível, lá está o Bolsonaro apoiando o NUNES (que acho que se reelege amanhã Prefeito de São Paulo), que é do MDB, partido que integra o governo LULA. Em Porto Alegre Bolsonaro apoia Melo, do MDB, que também deve se reeleger amanhã.

Curtas e poderosas

  • O Presidente LULA sentou na ponta de um banquinho agachou-se para cortar unha ou unhas dos pés, o banquinho “fugiu” e o Presidente despencou, levou três pontos na cabeça, essa é a versão oficial. Eu acho que ele levou uma carraspana da JANJA. O que terá dito o Putin que o Lula suspendeu a viagem até Moscou? Puts? I’m so sorry? O pessoal aqui da colônia eu sei o que diria: “la me ga toca anca a mi”, tradução “aconteceu até comigo”. Interpretação: se eu caio do banco minha queda não viraliza. O máximo que iria acontecer lá no Barracão City é minha nona dizer para as vizinhas (três): “povereto el ga spaca lá testa”.
  • Erechim organiza sua feira, a FRINAPE, que será realizada de 14 a 24 de novembro e pretende receber 300 mil visitantes. O evento terá 650 expositores, 120 atrações e mais de 500 animais expostos. O município tem 110 mil habitantes e cinco hospitais, Bento tem 130 mil habitantes, e um super hospital e outro meio hospital. O Prefeito disse que “dificilmente alguém encontrará outra cidade com tanta diversidade econômica, técnica e cultural como Erechim”. Será VERO?
  • Rogerio Bortolini, como Diretor Executivo, e Alzir Franceschini, como Diretor Industrial, são os novos dirigentes da MEBER. Carlos Bertuol e Márcio Chiaramonte, sócios proprietários, foram para o Conselho Administrativo.