Cerimônia ocorreu na sexta, 18; voos comerciais foram retomados na segunda, 21

Na sexta-feira, 18, o Governo Federal realizou o evento que marcou a reabertura simbólica do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, que desde o dia 3 de maio, estava fechado, devido aos impactos causados pelas enchentes que afetaram o estado do Rio Grande do Sul.

O evento
A cerimônia de reabertura contou com a presença de nomes como o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho; do ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta. O prefeito de Bento Gonçalves, Diogo Siqueira (PSDB), também esteve no evento, onde destacou que Bento Gonçalves é o 2° destino mais visitado por turistas no Rio Grande do Sul, e que a reabertura será crucial para a movimentação do setor turístico e da economia como um todo.

Retomada dos voos comerciais
Na segunda, 21, o Aeroporto voltou a operar comercialmente. A primeira aeronave que pousou na pista foi um Airbus A320Neo, da Azul, que aterrissou às 8h03. O avião, vindo de Campinas (SP), estampava uma pintura especial em homenagem ao Rio Grande do Sul.

O mesmo Airbus que pousou, também foi o primeiro avião a decolar no aeroporto após a reabertura, partindo rumo a São Paulo, às 9h34.

O voo que marcou a reabertura do Salgado Filho (Imagem: Divulgação – Azul Linhas Aéreas)

A retomada das operações será feita gradualmente. Na primeira etapa, o Aeroporto atuará com uma pista reduzida, com 1.730 metros de extensão, semelhante a do Aeroporto de Congonhas, que possui 1.940 metros. Em condições normais, o Salgado Filho opera com uma pista de 3.200 metros.

Inicialmente, o Aeroporto receberá voos de Campinas, São Paulo, Guarulhos, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília, podendo receber até 128 voos domésticos por dia, operando entre às 8h e às 22h.
Para novembro, há a projeção da retomada de voos para outras cidades do Sul do Brasil: Pelotas, Santa Maria, Santo Ângelo, Uruguaiana e Curitiba. Já em dezembro, os voos internacionais devem ser retomados, inicialmente para a Cidade do Panamá, através da Copa Airlines. Para janeiro, estão previstos voos para outros destinos fora do Brasil, como Buenos Aires, Lima e Santiago.

Cronologia do fechamento do Aeroporto

Na noite de 3 de maio, ainda no início da crise climática que afetou o estado, foi anunciado o fechamento do aeroporto. Posteriormente, conforme as águas do Guaíba avançaram em direção à Zona Norte da cidade, o aeroporto foi diretamente afetado, chegando a ficar com 75% da pista submersa.

Em 18 de maio, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) liberou a operação de voos comerciais na Base Aérea de Canoas, a cerca de 10 km da capital gaúcha. Em 27 de maio, a localidade recebeu o primeiro voo comercial de sua história. Os serviços de embarque e desembarque eram feitos no ParkShopping Canoas, com um ônibus realizando a conexão.

O Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias do Sul, também passou a ser um dos principais aeroportos do estado. Em 18 de junho, recebeu certificado homologado para operar voos internacionais, este que é válido até 31 de dezembro de 2024.

Em 30 de junho, a limpeza do terminal do Aeroporto Salgado Filho foi concluída. Em 13 de julho, obras na pista para reparar os impactos causados pela inundação começaram a ser realizadas. Dois dias depois, no dia 15, os embarques e desembarques, então realizados no Shopping em Canoas, foram retomados no Salgado Filho.

A primeira etapa das obras na pista, os 1.730 metros que estão previstos para operar na reabertura, tiveram sua conclusão em 15 de outubro, dias antes da retomada dos voos.

O Aeroporto nos piores dias das enchentes, com 75% da pista submersa, e durante o processo de reestruturação, em junho

O antes e depois do terminal do aeroporto

Importância da reabertura para Bento Gonçalves
Bento Gonçalves, com suas belezas naturais, e sua cultura que remete a imigração italiana, é um dos destinos turísticos mais requisitados no Sul do Brasil. Cristiane Tomazini, gerente de marketing da Giordani Turismo, comenta sobre os impactos causados no turismo da região durante o período em que o principal aeroporto do estado esteve fechado. “O Salgado Filho, sendo a principal conexão para visitantes de fora do estado, sofreu um impacto com a redução de voos, o que influenciou diretamente a experiência de quem planeja uma viagem para a região. Contudo, esse não foi o único desafio”, destaca.

Ela aborda outros empecilhos enfrentados durante a crise climática. “Desde o início, lidamos com os deslizamentos que bloquearam temporariamente importantes vias de acesso à cidade, o que trouxe dificuldades tanto para o turista que chega de avião em aeroportos regionais quanto para o visitante local, que se deslocaria de carro. Mesmo diante desses obstáculos, mantemos o compromisso de oferecer soluções que garantiram a continuidade do fluxo turístico e a qualidade de experiências aos turistas que visitam a região, neste momento desafiador que passamos”, ressalta.

Cristiane também destaca quais são as expectativas para o turismo nos próximos meses, com o aeroporto aberto. “Estamos otimistas com esta retomada e prontos para receber turistas de todo o Brasil e do exterior. Com o retorno das operações em nosso principal aeroporto, estamos preparados para oferecer experiências memoráveis e condições especiais nesta retomada. O povo gaúcho, sempre acolhedor, está pronto para retribuir o carinho recebido ao longo deste ano. Agora é a nossa vez de receber de braços abertos, com tudo preparado para mostrar as belezas únicas que o Rio Grande do Sul tem a oferecer”, explica.

Capital Nacional do Vinho é um dos principais destinos turísticos do estado (Imagem: Augusto Arcari)

A Prefeitura Municipal de Bento Gonçalves, detalha a importância da presença do prefeito Diogo Siqueira no evento de reabertura. “O momento representou um marco para o estado e também para a nossa cidade. O fechamento das atividades, em virtude das inundações, representou uma queda na vinda de visitantes para a nossa região. E entendemos que esse turista que agora vem nos visitar, vai aproveitar nossa gastronomia, a cultura local e o nosso vinho”, pontua. A Prefeitura também aprofunda os impactos sofridos por diferentes setores na Serra durante o período em que o aeroporto estava fechado. “Impactou totalmente. Não só o turismo, mas a indústria, as feiras de negócios, os eventos esportivos. Mesmo com as alternativas de voos, ficou difícil vir ao estado. E com a reabertura temos a esperança renovada e veremos certamente o resultado na economia girando novamente”, finaliza.

Imagem da capa: Jürgen Mayrhofer/Secom