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Em comparação com 2022, este ano, já contabiliza 21% de aumento de resíduos eletrônicos recolhidos no município

Foi celebrado na segunda-feira, 14, o Dia Internacional do Lixo Eletrônico, mas o que chama a atenção dos especialistas são os dados em Bento Gonçalves. Em 2022, foram coletados mais de 35,5 mil quilos de resíduos eletrônicos, em 2023, o número foi de 37,7 mil e neste ano, até o mês de setembro, já foram recolhidos 42,9 mil de material.

Em comparação com 2022, este ano houve um aumento de 21% no número total de lixo eletrônico coletado. Os dados são da Prefeitura Municipal e da Associação Ativista Ecológica (AAECO), sendo a empresa responsável pela destinação dos materiais a AMBE Gerenciamento de Resíduos.

Descarte consciente

Segundo o ambientalista e secretário da AAECO, Gilnei Rigotto, descartar eletrônicos corretamente é crucial para reduzir o impacto ambiental e permitir o reaproveitamento de componentes, evitando a degradação de matérias-primas. “Estes materiais tem em seu interior mais de 60 componentes químicos diferentes e contaminantes, como o chumbo, mercúrio, níquel e berílio, podendo causar doenças e desequilíbrio ao meio ambiente”, alerta.

Em 2024, a AAECO já destinou mais de 35 toneladas de lixo eletrônico. Foto: Gilnei Rigotto.

Embora a conscientização esteja aumentando, ainda há desafios em Bento Gonçalves, especialmente no descarte de itens como pilhas e toners de impressão. “Não há reciclagem para o pó microparticulado do toner no mundo, e sua manipulação é perigosa para a saúde”, destaca Rigotto.

Além dos desafios técnicos, há também obstáculos financeiros. A única empresa no Brasil que realiza o descarte correto de pilhas, por exemplo, cobra por quilo descartado, o que torna o processo mais caro para as associações e o poder público. “Mesmo assim, as toneladas que enviamos para a reciclagem especializada já são de grande ajuda, pois se traduzem em economia aos cofres públicos, uma vez que a prefeitura paga por peso o lixo enviado ao município de Minas do Leão. Nós poupamos estes valores, além de realizarmos dezenas de doações às pessoas de baixa renda e instituições filantrópicas e públicas”, revela.

O ambientalista ainda aborda sobre a ajuda para as escolas e a vontade de firmar uma parceria com o poder público. “Frequentemente escolas públicas e particulares vem buscar alguns itens para trabalhos técnicos escolares. O poder público deveria fazer uma parceria com a AAECO, o que seria ótimo para toda população. A administração nos vê como adversários políticos, o que é lastimável e inviabiliza algo bom e mais amplo para a sociedade. Nós estamos sempre abertos”, reitera.

Aparelhos eletrônicos mais descartados

Segundo Rigotto, os aparelhos mais descartados de forma incorreta são TVs de tubo, de LED, pilhas e toner de impressão. “Às vezes podemos ver jogados em terrenos baldios ou mesmo misturados no lixo comum, pela dificuldade de se achar um destino correto sem custo, como as pilhas e toners em específico”, aponta.

A obsolescência programada, a prática das empresas de encurtar a vida útil dos produtos para promoção do consumo, também é uma preocupação crescente. A AAECO alerta que essa prática dificulta a redução de resíduos eletrônicos, pois os consumidores são incentivados a substituir aparelhos com maior frequência, gerando mais lixo. “A questão tecnológica para a reciclagem está sempre atrasada em relação ao consumo, são vendas insustentáveis”, explica Rigotto.

Em meio aos desafios, a AAECO permanece otimista quanto ao futuro, esperando que, com a conscientização ambiental crescente, as empresas e os consumidores comecem a adotar práticas mais sustentáveis. “Tivemos uma resposta exitosa no município, mas esperamos que as catástrofes atuais façam quem produz, refletir sobre, para quem irão vender se o planeta entrar num caos”, frisa.

Por fim, Rigotto reforça o jeito certo de descartar o lixo eletrônico: “pessoas jurídicas e físicas tem de trazer até nós, instituições públicas e filantrópicas, onde temos viatura para buscar sob agendamento”, conclui.

No gráfico abaixo você confere a quantidade total combinada destinada pela prefeitura e pela AAECO.

Tipos de resíduos eletrônicos:

Linha verde – equipamentos de informática, computadores, notebooks, servidores, etc.
Linha marrom – equipamentos de áudio e vídeo, monitores, televisores, etc.
Linha azul – equipamentos eletroportáteis, periféricos, eletrônicos diversos, etc.
Linha branca – equipamentos de refrigeração, micro-ondas, etc.