O cartão de crédito se consolidou como um dos principais vilões do endividamento no Brasil, refletindo um padrão de consumo que preocupa especialistas em finanças. Atualmente, existem cerca de 212 milhões de cartões de crédito em circulação no país, um número que supera mais do que o dobro da população ocupada.

Dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) revelam que, apenas entre janeiro e junho deste ano, os brasileiros realizaram impressionantes 22,1 bilhões de transações com cartões, alcançando o maior volume já registrado em um semestre. Este crescimento expressivo no uso do “dinheiro de plástico” destaca uma tendência preocupante no comportamento financeiro da população.

Um levantamento inédito da Serasa, que analisou informações do Cadastro Positivo, aponta que o gasto médio mensal com cartão de crédito é de R$ 1.416,58. A pesquisa também revela um dado interessante: os homens são os maiores consumidores, com um ticket médio de R$ 1.581,13, em comparação aos R$ 1.277,26 das mulheres.

A relação entre renda e gasto é clara: quanto maior a renda, maior o uso do cartão. Para aqueles que ganham mais de 10 salários mínimos, o gasto médio chega a R$ 3.745,67. Já entre os que possuem uma renda mensal de dois a três salários mínimos, o gasto médio é de R$ 1.071,05, enquanto os que ganham até um salário mínimo gastam em média R$ 417,51.

Além disso, a análise por regiões do Brasil revela disparidades significativas nos gastos com cartão de crédito. O Centro-Oeste e o Sul apresentam os maiores valores médios, enquanto a região Norte mostra o menor gasto médio nas faturas.