*Daniel Panizzi

São 114 anos levando a cultura do vinho para o Brasil.
O agricultor familiar, responsável pela base da cadeia vitivinícola, tem seus olhares sempre atentos às condições climáticas, para que, ao final do ciclo da videira, ele tenha condições de produzir a melhor matéria prima possível, afinal, de uma matéria prima de qualidade teremos um produto de qualidade. São, aproximadamente, 20 mil agricultores familiares, em cerca de 45 mil ha de pequenas propriedades rurais, destinadas à produção de uvas.
São as vinícolas que buscam tecnologias para a melhora dos processos e os enólogos se capacitando, para produzir vinhos com excelência. Hoje, são mais de 500 vinícolas em operação no RS, sendo responsáveis por 85% da produção no Brasil.
Atualmente, somos reconhecidos no cenário mundial como produtores de vinhos!
Mas, precisamos nos desenvolver ainda mais!
As denominações da origem são processos importantes, para que as inúmeras regiões produtoras, identifiquem quais são as variedades de uva que melhor se adaptam ao clima e solo de cada local, o Terroir e, consequentemente, qual o estilo de produto que se destaca.
Precisamos de um olhar atento para o Enoturismo. Não existe região vitivinícola, no mundo, sem Enoturismo. Hoje ele é responsável pela sustentabilidade de muitas vinícolas e reflete diretamente em muitos outros setores econômicos como a gastronomia, hotelaria, transporte, investimentos diversos, entre outros. É de grande importância para o desenvolvimento do polo, criação de empregos, distribuição de renda, o que podemos observar em Bento Gonçalves nos últimos anos. O desenvolvimento deste setor, tem o importante papel de atender o turista, com excelência.
O Contrabando/ Descaminho/ Falsificação, não pode mais ser admitido. As recentes tragédias, nos trouxeram um sentimento mais forte de solidariedade. Muitos setores usaram o termo COMPRE PRODUTO GAÚCHO, com a finalidade de sensibilizar consumidores de outros Estados. Nosso povo, reconhecido como bairrista, está fazendo o seu papel? O RS é o maior produtor de vinho do Brasil e é um dos maiores consumidores de vinhos contrabandeados. Por muitas vezes, falsificados, levando riscos à saúde do consumidor.
Por fim, a Reforma Tributária. A alta carga tributária, sempre está em pauta em vários setores da economia. O vinho brasileiro é reconhecido pela sua qualidade, mas, precisamos de competitividade na gôndola. Temos uma carga tributária com, praticamente, o dobro do valor dos impostos comparado a outros países produtores de vinhos e vemos produtos importados, entrando com subsídios oferecidos pelo nosso próprio País. A reforma tributária é um medo do setor, pois o vinho, está na lista do “Imposto do Pecado” mesmo diante de diversos estudos indicando benefícios à saúde, quando consumido com moderação. Um aumento tributário, pode significar a falência do setor.
Um brinde ao Vinho Brasileiro!
* Presidente da UVIBRA e Diretor de Relacionamento Vitivinícola do CIC-BG