Quatro meses após as intensas enchentes que afetaram o Rio Grande do Sul, a concessionária Rumo Logística, responsável pela gestão das ferrovias no Estado, ainda não apresentou o relatório detalhado sobre os danos na malha ferroviária. A expectativa era de que o diagnóstico fosse revelado em uma reunião virtual realizada na segunda-feira, 2 de setembro, com a participação do vice-governador Gabriel Souza, representantes da Rumo e o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro.

Durante o encontro, a Rumo Logística informou que os dados finais ainda estão sob análise, adiando a divulgação das informações. O governo estadual, que aguardava o relatório para discutir soluções e estratégias para a recuperação das ferrovias, também manifestou interesse em ingressar no grupo de trabalho (GT) criado para lidar com as questões emergentes do setor.

O encontro, inicialmente agendado para 19 de agosto e remarcado para 2 de setembro, era crucial para que a administração estadual pudesse avaliar os impactos das enchentes e planejar as medidas necessárias para restaurar a malha ferroviária, que já enfrentava problemas antes do evento climático.

O vice-governador Gabriel Souza expressou preocupação com a falta de acesso aos dados finais. “Sem os dados completos, nossa capacidade de análise e tomada de decisões é limitada. O governo do Estado está empenhado em colaborar com o governo federal para encontrar soluções e também manifestou interesse em participar do GT para contribuir para o debate sobre um setor tão importante para nossa economia”, afirmou.

Embora os dados completos ainda não tenham sido divulgados, na semana passada foram divulgadas algumas informações preliminares. O secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, confirmou que o estudo elaborado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está quase concluído. Ele indicou que os danos podem ter afetado cerca de 700 quilômetros de ferrovia, com um custo estimado de recuperação entre R$ 3 bilhões e R$ 4 bilhões. Ribeiro também mencionou a possibilidade de abertura de um crédito extraordinário para financiar a recuperação do modal.

O vice-governador Souza considerou a perspectiva de crédito extraordinário um avanço positivo. “Um aporte federal seria uma excelente notícia e permitiria a execução rápida de obras, seja para reparos nos trechos danificados ou para a construção de novos traçados”, observa. Ele destaca a importância de manter a malha ferroviária nas áreas turísticas, como o Vale do Taquari e a Serra Gaúcha, devido à sua relevância econômica e turística para o Estado.

Além do vice-governador e do secretário nacional, participaram da reunião os secretários estaduais de Logística e Transportes, Juvir Costella, e da Reconstrução Gaúcha, Pedro Capeluppi, além do vice-presidente da Rumo Logística, Guilherme Penin, e outros representantes da empresa.

Foto: @aventureirosdoTPS