As Olimpíadas terminaram, mas o Semanário dá continuidade à sua série de reportagens, destacando a paixão dos bento-gonçalvenses pelas modalidades olímpicas que foram disputadas na cidade luz, Paris
As Olimpíadas de 2024, teve seu início na sexta-feira, 26 de julho, e seguiu até o domingo, 11 de agosto. A competição contou com 10.500 atletas de cerca de 206 países, disputando 28 esportes diferentes, com um número igual de atletas masculinos e femininos, totalizando 5.250 de cada sexo, abrangendo modalidades como, vôlei, esgrima, natação, ginástica rítmica, basquete, atletismo, ciclismo, e entre outras. Os Jogos Olímpicos de Paris foram um dos eventos mais aguardados globalmente, com o Brasil destacando-se ao classificar 266 atletas, sendo 152 mulheres e 114 homens.
O Semanário se fez presente nesta festa esportiva, dedicando-se a mostrar diferentes modalidades olímpicas praticadas na Capital Nacional do Vinho. Agora, vamos continuar a série de reportagens e contar suas histórias e trajetórias no esporte, oferecendo aos nossos leitores uma cobertura especial desta edição dos Jogos. Para continuarmos nossa série de reportagens escolhemos o Voleibol.
Surgimento do esporte
William G. Morgan, diretor de educação física da ACM (Associação Cristã de Moços) e aluno da Faculdade de Springfield, é creditado como criador do jogo de vôlei em 1895 em Holyoke, Massachusetts.
O mintonette (como o vôlei foi chamado na época) foi projetado para ser um passatempo interno que pudesse ser apreciado por membros mais velhos da ACM e tirou algumas de suas características de outros esportes, como tênis e handebol.
O vôlei tornou-se popular rapidamente e logo se desenvolveu em outros países no início do século 20, primeiro no Canadá e depois em Cuba e no Japão. Os primeiros conjuntos de regras para o esporte foram desenvolvidos no início de 1900, e a primeira federação internacional (Federação Internacional de Vôlei, FIVB) surgiu em 1947. O primeiro campeonato mundial masculino aconteceu no ano seguinte, com a competição feminina estreando em 1952.
Breve resumo das regras
O vôlei é jogado por duas equipes de seis atletas em uma quadra coberta de 18m de comprimento e 9m de largura. As partidas são disputadas em melhor de cinco sets. Um ponto é marcado quando a bola cai dentro da quadra adversária ou quando um erro de jogo é cometido. A primeira equipe a marcar 25 pontos (com uma diferença de dois pontos para o adversário) vence o set. Se necessário, um quinto set é jogado com 15 pontos (a margem de dois pontos continua necessária).
Em um jogo de vôlei, a bola pode atingir velocidade de até 130km/h, principalmente após um saque espetacular ou ataque. Os atletas, portanto, precisam de grande força e reflexos ultrarrápidos para bloquear.
História Olímpica
O vôlei fez sua estreia Olímpica nos Jogos de Tóquio 1964. No início, as competições masculina e feminina usaram o formato de turno único, em que as seleções jogavam entre si uma vez. Este sistema permaneceu em vigor até os Jogos Olímpicos Munique 1972; o formato passou a ser uma fase de grupos e a fase decisiva em quartas de final, semifinais e final para determinar os vencedores das medalhas. Seleções da União Soviética e de Cuba alcançaram regularmente o pódio Olímpico na década de 1980, assim como a Itália e a República Popular da China na década de 1990 e o Brasil nos anos 2000. A antiga União Soviética, o Brasil e os Estados Unidos lideram o quadro de medalhas do vôlei Olímpico e são os únicos três Comitês Olímpicos Nacionais com pelo menos dez medalhas cada.
Em Paris 2024, a seleção masculina parou nas quartas de final diante dos Estados Unidos, acabando na oitava posição, a pior desde 1972. As comandadas de José Roberto Guimarães, por sua vez, tiveram a melhor campanha da primeira fase e chegaram às semifinais sem perder nenhum set. Foram superadas no tie-break pelas americanas na disputa por uma vaga na final, mas se recuperaram e venceram as turcas pelo bronze.
Ao todo, o Brasil subiu ao pódio olímpico 12 vezes no vôlei de quadra – conquistou cinco ouros, quatro pratas e três bronzes. Ocupa o segundo lugar no quadro geral, só atrás da União Soviética, que tem dois ouros a mais (e um bronze a menos).
Promessa bento-gonçalvense
O jovem atleta Pedro Marcolin, de 16 anos, começou a praticar vôlei em 2022, aos 14 anos, na categoria mirim do Bento Vôlei. A paixão pelo esporte surgiu de forma espontânea durante uma partida de educação física no colégio. Desde então, ele não parou mais. “Acredito que não houve um momento específico que me fez continuar, mas sim a vontade constante de melhorar no esporte”, explica.
O vôlei, além de ser uma paixão, trouxe inúmeros benefícios para a vida pessoal de Marcolin . “Por ser um esporte de equipe, o vôlei me ensinou a trabalhar em grupo e a entender as limitações de cada um”, conta. Para ele, o esporte foi uma escola de respeito e paciência. “Precisamos apoiar e respeitar nossa equipe, pois o trabalho em conjunto é fundamental”, diz.
Fisicamente, Marcolin destaca o impacto positivo do vôlei em sua saúde, embora reconheça os riscos de lesão, comuns em qualquer esporte de alta intensidade. “ O vôlei ajuda muito na saúde física por ser um esporte de bastante movimento, em contrapartida, sofremos muito risco de lesão. Mentalmente, o vôlei é um esporte de muita pressão. Aprendi que é possível superar os bloqueios que a nossa própria mente cria”, reflete.
Apesar de não ter ídolos famosos no esporte, Pedro encontra inspiração nos colegas de sua idade. “Gosto de observar o que posso melhorar olhando para aqueles que estão no mesmo nível que eu”, diz. Entre as experiências que marcaram sua trajetória, ele relembra um campeonato na categoria mirim, onde sua equipe ficou em segundo lugar, e uma pré-seletiva para a seleção gaúcha, que, embora não tenha resultado em convocação, foi um grande aprendizado.
Marcolin já teve a oportunidade de competir fora do Brasil, em países como Argentina e Uruguai, e expressa o desejo de participar de competições como o Torneio Mercosul. “Todas as competições são emocionantes, mas o Mercosul seria um sonho”, afirma.
Sobre o desempenho da seleção brasileira de vôlei masculino nas Olimpíadas de Paris, Marcolin faz uma análise crítica. “O Brasil tem um histórico gigante, mas na última Olimpíada, o desempenho não foi dos melhores. Acredito que, com mais foco, a seleção pode voltar a alcançar grandes resultados.”
Apesar de reconhecer as dificuldades e a falta de oportunidades no esporte, Pedro é determinado e otimista. “Acredito que, com muito treino, esforço e dedicação, é possível chegar longe”, destaca. Para ele, o vôlei significa muito, sendo o esporte com o qual mais se identifica e que pretende continuar praticando no futuro.