Na data celebramos a transformação que a bicicleta traz para nossas vidas, promovendo saúde, sustentabilidade e uma conexão especial com a comunidade
O Dia Nacional do Ciclismo é lembrado em 19 de agosto. A prática tem ganhado cada vez mais adeptos nas ruas. O Brasil ultrapassou a marca de produção de 3,5 milhões de bicicletas. Isto é, este número confirma que a ‘bike’ é, atualmente, o meio de transporte que cresceu nos últimos anos.
Nesse contexto, pela necessidade do distanciamento social durante a pandemia da Covid-19, e também com o aumento constante no valor do combustível, muitas pessoas optaram por um transporte barato e sustentável, como a bicicleta.
Um pouco sobre a data
Comemorado em 19 de agosto, o Dia Nacional do Ciclista no Brasil foi criado em memória do ciclista brasiliense Pedro Davison, morto em 2006, aos 25 anos, por um motorista embriagado, enquanto pedalava no eixo sul.
Além de ser uma comemoração alusiva aos ciclistas, a data é um convite para a reflexão em relação às atitudes no trânsito, incentivo ao uso da bicicleta, como transporte viável e sustentável.
A prática de atividade física, como o ciclismo, é, sem dúvida, essencial para aumentarmos nossa qualidade de vida. São muitos os estudos que demonstram como a prática frequente de atividades auxiliam ao evitar doenças e até mesmo melhorando a disposição para realizar nossas atividades do dia a dia.
O Dia Nacional do Ciclista nos lembra que esse tipo de exercício traz inúmeros benefícios para seus praticantes, sejam eles profissionais ou amadores.
Assim como benefícios físicos para a saúde, exercitar-se também favorece questões emocionais, melhorando o bem-estar, aumentando a autoestima e contribuindo para que você tenha energia para realizar as atividades de sua rotina. Para pessoas na terceira idade, a prática de exercícios, por exemplo, melhora a flexibilidade, postura e conservação dos ossos, fatores importantes para as pequenas tarefas do cotidiano.
Uma jornada de superação e paixão pelo ciclismo
Tássia Botelho, de 34 anos, é uma dessas novas ciclistas que vêm conquistando as estradas do Brasil com muita dedicação e amor ao esporte. Sua história com o ciclismo de estrada começou de maneira inusitada e inspiradora. “Meu primeiro contato com ciclismo de estrada foi no Gran Fondo New York Bento em 2023,” relembra. Apesar de já estar pedalando há quase dois anos, na época ela não possuía uma bicicleta específica para estrada, conhecida como “speed”, e decidiu participar da prova de 76 km com uma bicicleta de montanha (MTB). “Das mulheres que fizeram o percurso, fiquei na 18ª posição de 29. Isso me fez questionar como seria com uma bicicleta de estrada, e aí essa vontade foi crescendo a cada dia”, conta.
O apoio e incentivo foram fundamentais para Tássia mergulhar de cabeça no ciclismo de estrada. “No grupo de MTB, o Orlando Baú já se fazia presente, dando dicas e sanando dúvidas para o pessoal. Então, ele foi o primeiro incentivador a tentar o ciclismo de estrada,” conta. Além disso, Tássia encontrou inspiração na ciclista Luciana Mayer, da ABC Concresul, e também em seu marido Lesli, que iniciou a jornada no ciclismo junto com ela há cerca de três anos. “A velocidade, adrenalina e superação chamavam atenção”, explica.
Para Tássia, o ciclismo não é apenas um esporte; é um estilo de vida que trouxe inúmeros benefícios para sua saúde, especialmente após enfrentar as sequelas da Covid-19. “A saúde melhorou muito, bem como minha função cardiorrespiratória, que havia ficado fraca após pegar Covid em janeiro de 2022. Não causa impacto nas articulações, então é um excelente exercício”, revela.
A rotina de uma ciclista apaixonada
Manter uma rotina de treinos no ciclismo não é fácil, especialmente quando se divide o tempo entre o trabalho, os cuidados com a casa e a maternidade. “Atualmente, estou treinando de três a quatro vezes na semana. Exige foco, determinação e dedicação, mas é recompensador. Nem sempre tenho um horário fixo de treino, que seria ideal. Trabalho fora todos os dias e também sou mãe, mas, como brasileira que não desiste nunca, treino na hora que dá,” explica Tássia, mostrando que a paixão pelo ciclismo supera qualquer obstáculo.
Ela sabe que a consistência é chave para evoluir no esporte. “A necessidade de se manter ativa aos treinos é imprescindível. Para competir ou se você quer melhorar apenas para si, treinar é necessário. Se você fica uma semana sem treinar, o corpo sente e já entra em destreino”, conta.
Além dos benefícios físicos, Tássia ressalta a importância do ciclismo para o bem-estar mental, especialmente em tempos tão estressantes. “O ser humano tem uma necessidade de bem-estar mental, principalmente nos dias estressantes da atualidade. Pedalar é uma válvula de escape primordial para mim e outros ciclistas. Muitos saem de crises depressivas graças à bicicleta”, explica.
O que mais surpreendeu Tássia em sua jornada pelo ciclismo foi a comunidade que encontrou ao longo do caminho. “O que me surpreendeu no ciclismo foram justamente os ciclistas. Muitos te ajudam nos treinos, dão dicas e estão sempre se ajudando. Mesmo no mundo das competições, vejo amizades sinceras e todos ficam felizes com as vitórias uns dos outros. O esporte une pessoas”, diz.
Para Tássia, o Dia Nacional do Ciclista é mais do que uma data comemorativa; é um símbolo de superação e força. “É um dia que me sinto orgulhosa em fazer parte desse esporte e passar isso tanto para os meus filhos quanto para as pessoas próximas. Ainda estamos em busca de visibilidade em nossa cidade e país, mas penso que temos potencial para tal”, indica.
Um futuro de metas e sonhos no ciclismo
Com os olhos voltados para o futuro, Tássia já tem metas bem definidas. “Minha meta para o ano que vem é entrar na categoria estreante pela ABC Concresul, e se tudo der certo, almejo ir para a categoria Master. Estou cada vez mais focada nos treinos para isso”, comenta.
E para aqueles que desejam começar no ciclismo, Tássia deixa um conselho valioso: “Inicie. Apenas comece com a bicicleta que você tem. Não desista nas primeiras subidas. Se precisar, empurre, mas siga em frente. Me chame se precisar de ajuda. Assim como tive ajuda, estou à disposição sempre”, menciona.
Tássia encerra com uma frase que define sua filosofia de vida no esporte: “Ser atleta não é sobre correr ou pedalar mais rápido. Ser atleta tem a ver com o prazer que você sente em treinar e estar sempre evoluindo”, conclui.