A Dívida Pública da União alcançou um novo patamar recorde em junho de 2024, atingindo quase R$ 7,1 trilhões, conforme revelado pelos dados mais recentes do Tesouro Nacional. Este valor marca um aumento de 2,25% em relação ao mês anterior, destacando uma escalada significativa no endividamento do governo.
De acordo com o Plano Anual de Financiamento apresentado pelo governo em janeiro deste ano, a previsão para o estoque da dívida pública em 2024 variava entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões. Com o crescimento registrado, o valor atual se aproxima do limite superior dessa estimativa, o que pode levar a uma revisão das previsões e estratégias de financiamento.
Helano Borges Dias, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, confirmou que o aumento da dívida será um dos tópicos principais das discussões agendadas para agosto. A revisão do plano de financiamento é considerada uma resposta necessária para lidar com as novas condições econômicas e financeiras do país.
Um dos principais fatores para o aumento da dívida é o impacto dos juros, que somaram R$ 55,1 bilhões em junho. A taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 10,5% ao ano, tem contribuído significativamente para a elevação dos encargos financeiros do governo. A apropriação de juros, portanto, exerce uma pressão considerável sobre o orçamento federal, exacerbando o endividamento.
Em contrapartida, o governo registrou uma melhora em sua reserva financeira, conhecida como colchão, que aumentou em 7% no mês passado. Esta reserva, que cobre cerca de oito meses de vencimentos da dívida pública, serve como uma proteção contra períodos de turbulência econômica, oferecendo uma margem de segurança financeira para o governo.