A Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) enfrenta uma controvérsia significativa com a recente criação de um grupo de trabalho pela Reitoria para tratar do encerramento da Unidade de Bento Gonçalves. A portaria interna, emitida na segunda-feira, 22 de julho, pelo reitor Leonardo Alvim Beroldt da Silva, estabelece um prazo de 180 dias para que o grupo conduza as tratativas necessárias, indicando um possível encerramento das atividades da unidade no prazo estipulado.
Segundo o documento oficial, o grupo será composto por 10 profissionais da universidade, responsáveis por avaliar e definir os próximos passos diante da situação da Unidade de Bento Gonçalves. A medida gerou imediata reação por parte de representantes políticos e da comunidade acadêmica local.
Conforme informações exclusivas repassadas à reportagem do Semanário, entre os principais problemas enfrentados pela instituição estão a falta de infraestrutura, especialmente em laboratórios essenciais para o curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, além da escassez de investimentos e de orçamento para novas contratações, situações que têm colocado em xeque o futuro acadêmico da UERGS no município.
Conforme a chefe da Unidade, Silvia Gatiboni, em caso de encerramento das atividades, os alunos que ingressaram no campus de Bento terão direito de se formar na mesma unidade. “A UERGS não será fechada enquanto houver aluno. O GT fará um estudo minucioso para a transição, caso não exista outra alternativa a não ser o fechamento”, explica.
Segundo Silvia, uma nota oficial sobre a decisão será divulgada em breve pela reitoria da instituição pública de ensino. Até o fechamento desta reportagem, a universidade não havia se manifestado oficialmente.
A decisão pegou muitas lideranças de surpresa, entre elas, o deputado estadual, Guilherme Pasin (PP) que, em um vídeo divulgado nas redes sociais, afirmou que irá buscar todos os meios para revogar a decisão, destacando a importância da unidade para a comunidade local e para a expansão do ensino público de qualidade na região. “Não permitirei que o campus da UERGS em Bento Gonçalves tenha suas atividades encerradas. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para que essa portaria seja revogada e que o objetivo de fechar a unidade, seja lá de quem partiu essa ideia, seja frustrado”, declara o parlamentar.
Pasin também enfatizou que durante seu mandato como prefeito, buscou ativamente alternativas para expandir a universidade no município, mas encontrou resistências da direção e do governo estadual da época.
Integram o Grupo de Trabalho da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS) os seguintes membros: Estéfani Sandmann de Deus, da Coordenação de Planejamento e Desenvolvimento Institucional; Cristina Maria Ostermann, Chefe do Núcleo de Desenvolvimento Institucional; Rodrigo Koch, da Direção Regional da Região II; Ana Lucia Kern, da Direção Regional da Região I; Emerson Fernandes da Cunha, da Coordenação de Áreas das Ciências Exatas e Engenharias; Christa Korzenowski, da Coordenação do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia de Bento Gonçalves; Débora Vom Endt, da Coordenação do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia de Porto Alegre; Daniel Marcos Reckziegel, representante discente; Marlene Guevara dos Santos, representante docente; e Ana Paula Pappen, representante do corpo técnico e administrativo.