Um relatório alarmante divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente revelou que o Brasil está entre os países que mais desperdiçam alimentos no mundo. Segundo o estudo, baseado em dados do IBGE referentes ao ano de 2021, cerca de 30% dos alimentos produzidos no país são jogados fora, totalizando aproximadamente 46 milhões de toneladas anualmente.
Essas perdas representam um prejuízo estimado em impressionantes R$ 61,3 bilhões por ano, colocando o Brasil na 10ª posição no ranking global de desperdício de alimentos.
Globalmente, a situação não é menos preocupante. A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) estima que quase um terço dos alimentos destinados ao consumo humano em todo o mundo são perdidos ou desperdiçados. As frutas e os legumes são os mais afetados, respondendo por mais da metade das perdas, seguidos pelos cereais.
Proporcionalmente, carnes e produtos lácteos são menos desperdiçados, mas o impacto ambiental e social do desperdício alimentar é profundo. Reduzir essas perdas poderia não apenas alimentar milhões de pessoas que hoje sofrem com a fome, mas também beneficiar o meio ambiente.
Organizações internacionais concordam que se as perdas fossem reduzidas pela metade até 2030, seria possível retirar da condição de fome 153 milhões de pessoas globalmente, representando uma diminuição significativa de 26% na fome mundial.
Além disso, a redução do desperdício alimentar também contribuiria para mitigar as mudanças climáticas, já que os processos envolvidos na produção de alimentos estão diretamente ligados às emissões de gases de efeito estufa. Estima-se que cortar o desperdício pela metade poderia reduzir as emissões globais relacionadas à agricultura em até 4%.