Novas movimentações de solo impedem que equipes sigam com trabalhos de contenção de encostas e pavimentação
O registro de novos deslizamentos de terra provocou o adiamento da liberação parcial da BR-470, em Veranópolis. A informação foi confirmada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit).
A situação foi registrada na altura do quilômetro 189 da via, a cerca de três quilômetros da ponte Ernesto Dornelles. O trecho é considerado o mais crítico pelos técnicos, já que os trabalhos de estabilização do térreo e recuperação do pavimento ainda estão em fase inicial.
Após as constantes chuvas registradas nesta semana, foram constatadas novas movimentações de massa, impedindo a continuação dos trabalhos e resultando no adiamento da liberação. “Ali não para de descer (terra), e a chuva atrapalhou todos os nossos trabalhos. Com o tempo seco vamos conseguir continuar tentando estabilizar essa encosta, mas até para trabalhar tem risco”, relata o superintendente regional do Dnit, Adalberto Jurach.
Com a situação ainda indefinida, a liberação da pista não tem data definida. Até então, a expectativa era de que neste final de semana veículos pudessem transitar em dois períodos pré-definidos durante o dia. “Não tem uma data, pode ser que em dois dias ou em uma semana liberamos, mas não temos a definição”, disse Jurach.
O Dnit já havia concluído a remoção das barreiras que desabaram durante as intensas chuvas de maio na rodovia federal. Como resultado dos danos severos ao pavimento, foi criado um caminho de serviço para permitir o fluxo de tráfego assim que a liberação mínima for possível. Este caminho emergencial deverá ser utilizado para garantir a mobilidade na região afetada pelas condições climáticas adversas.
A rodovia foi uma das mais danificadas pelas chuvas e enchentes. As equipes do Departamento Nacional registraram mais de 90 pontos de deslizamentos de encostas e seguem trabalhando na limpeza da pista, reconformação do talude e recuperação da pista. A estimativa da autarquia é que os trabalhos continuem ao longo dos próximos meses.
Em maio, um grupo de diretores da autarquia esteve no local averiguando os estragos provocados pelos deslizamentos. Na ocasião, o diretor-geral, Fabrício Galvão, realizou a vistoria acompanhado do diretor de Infraestrutura Rodoviária, Fábio Nunes, do diretor de Planejamento e Pesquisa, Luiz Guilherme Rodrigues de Mello, do superintendente do DNIT no RS, Hiratan Pinheiro da Silva, além de engenheiros e técnicos. “Aqui ficava a rodovia que não existe mais. Presenciamos o tamanho do impacto desse evento climático no Rio Grande do Sul e o tamanho do nosso desafio”, disse Galvão na época.
Foto: Dnit / Divulgação