No Brasil, a campanha de vacinação contra a Covid-19 tem sido uma jornada marcada por avanços significativos, mas também por desafios persistentes. De acordo com dados recentes divulgados pelo IBGE, praticamente nove em cada 10 brasileiros receberam pelo menos duas doses da vacina até o primeiro trimestre do ano passado, representando um marco importante na luta contra a pandemia.
No entanto, apesar desse progresso, a pesquisa revelou que quase 40% das pessoas que receberam pelo menos uma dose não completaram o esquema vacinal, deixando de tomar todas as doses recomendadas. Esse dado aponta para a necessidade contínua de conscientização e acompanhamento para garantir a eficácia total da vacinação.
Outro aspecto preocupante é o número de doses da vacina contra a Covid-19 que foram incineradas. Somente neste ano, mais de seis milhões de doses foram descartadas, representando um valor expressivo de R$ 227 milhões. Estas doses, fabricadas pela Janssen e utilizando a tecnologia de vetor viral, foram pouco utilizadas desde o final de 2022, quando o Ministério da Saúde passou a priorizar os imunizantes de RNA mensageiro, como as vacinas da Pfizer e da Moderna.
A opção por esses tipos de vacina se deve à sua eficácia e ao fato de orientarem o sistema imunológico sobre como combater o vírus de forma específica. O Ministério da Saúde destacou que foram implementadas diversas ações estratégicas para minimizar as perdas de estoque, evitando o desperdício de cerca d R$ 251 milhões somente no ano passado.
É importante ressaltar que as vacinas incineradas estavam em estoque desde dezembro de 2021 e venceram entre setembro e outubro de 2023, possuindo dois anos de validade. Esse episódio destaca a importância da gestão eficiente dos estoques de vacinas e do planejamento adequado para evitar desperdícios.