Companhia reuniu representantes dos setores público e privado do Vale do Taquari que estiveram em Cotiporã para buscar informações que deverão nortear planos futuros para redução dos impactos das cheias
Durante visita de uma comitiva do Vale do Taquari a usina hidrelétrica 14 de julho, na quarta-feira, 24, representantes dos setores público e privado participaram de um encontro com a diretoria da Companhia Elétrica Rio das Antas (Ceran), onde puderam esclarecer dúvidas e buscar informações para a construção de um plano de prevenção contra enchentes. Reunidos na Casa de Cultura de Cotiporã, a direção da companhia garantiu que as também chamadas barragens não interferiram na rápida elevação dos rios que acabaram provocando a maior enchente da história.
Peter Éric Volf, diretor superintendente da Ceran explicou que durante o dia 4 de setembro, data em que ocorreu a enchente, a barragem 14 de julho chegou a registrar a passagem de 15 mil metros cúbicos por segundo. Em dias normais, segundo o diretor, a passagem é de 250 metros cúbicos. Mesmo sendo projetada para suportar essa vazão, a rápida elevação de rios e afluentes impedem que a barragem consiga reter toda a quantidade de água, resultando no transbordo do excedente.
O diretor disse ainda que quando ocorrem transbordos nas estruturas, as equipes de engenharia fazem a abertura de das comportas, no intuito de complementar a vazão que passa por cima da barragem. “Se as comportas permanecerem fechadas, toda a água que não estivesse passando pelas comportas estariam passando por cima da barragem. Ou seja, a abertura ou fechamento, nessa situação, não aumentará ou reduzirá a vazão do rio”, sustenta.
O Gerente de Operação e Manutenção da Ceran, André Akashi, apresentou à comitiva o funcionamento do recebimento de dados das 12 usinas hidrelétricas que fazem parte do complexo da companhia. Segundo ele, nas três barragens do Rio das Antas foram instalados 148 instrumentos para coletar dados. Durante as cheias, esses instrumentos fornecem informações que garantem a segurança das estruturas, evitando possíveis rompimentos.
No acontecimento de 4 de setembro, Akashi assegurou que os dados desses instrumentos indicaram que as estruturas estavam se comportando de forma normal, sem comprometer a segurança da população.
Segundo o gerente, o alto volume de chuva em um curto período, impedindo a absorção pela terra, resultou na rápida elevação do nível dos rios. No entanto, a falta de comunicação causada pelo corte de sinal telefônico e de energia elétrica, impediu que os municípios afetados pudessem dar celeridade à retirada de famílias e reduzir os impactos provocados, como foram os casos das mais de 50 mortes registradas.
No encontro, os participantes apresentaram sugestões para a criação de um grupo de estudos com o governo do Estado para a construção de medidas que reduzam os impactos provocados pelas enchentes.
Fotos: Portal Agora no Vale / Reprodução