Para concessionária que administra o local, índice é considerado baixo
O primeiro mês de funcionamento no sistema de pagamento de pedágio free flow atingiu 12% de inadimplência em Antônio Prado, local onde foi colocado em funcionamento o primeiro pórtico de passagem de cobrança automática no Rio Grande do Sul. Os números mostram que 22,4 mil motoristas não efetuaram o pagamento da tarifa até o momento, o que pode resultar em aplicação de multa por evasão.
Os dados foram divulgados pela concessionária Caminhos da Serra Gaúcha (CSG), responsável pela administração do trecho. De acordo com a empresa, a avaliação do primeiro mês de serviço é considerada positiva, uma vez que mais de 187 mil veículos passaram pelo local instalado na ERS-122, na altura do quilômetro 108,3 da via.
Conforme as informações apresentadas, do total de veículos que passaram pelo pórtico, 46% utilizaram para a cobrança, a chamada tag, um adesivo eletrônico que é colado no para-brisas do veículo e que facilita o pagamento. Outros motoristas, cerca de 38% que utilizaram o aplicativo “CSG FreeFlow” ou pelo próprio site da concessionária, pagaram a tarifa por Pix e cerca de 10% anteciparam os créditos. O levantamento mostra ainda que 3% pagaram com cartão de crédito e 2,66% usaram os totens disponíveis nas bases de atendimento para o pagamento. O cartão do vale-pedágio foi utilizado por 0,34% dos clientes.
O primeiro mês do novo serviço foi avaliado positivamente pela CSG, já que o índice de inadimplência, de aproximadamente 12%, foi considerado bem abaixo do previsto. Conforme o diretor-presidente da concessionária, Ricardo Peres, todas as expectativas foram superadas neste início da operação. Ele acredita que o número de motoristas que inadimplentes deve reduzir ainda mais, a partir do momento em que adquirirem mais conhecimento sobre a praticidade do novo modelo. “A aceitação da tecnologia está sendo muito boa. A inadimplência é muito menor do que esperávamos na arrancada da operação. O sistema se mostrou muito simples para o nosso cliente. Temos 32,5 mil CPFs e 43 mil veículos cadastrados, o que demonstra o interesse dos motoristas nos descontos oferecidos pela plataforma, bem como a preocupação em fazer o devido pagamento da tarifa de pedágio”, afirma.
Em caso de não pagamento do valor, o motorista será autuado e deverá pagar multa no valor de R$ 195,23, além de perder cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Como em qualquer multa, é possível recorrer, mas a tarifa não paga continua devida.
Em Farroupilha e Carlos Barbosa, sistema inicia operação em fevereiro
A partir de fevereiro, outros pórticos devem entrar em funcionamento. No total, serão mais cinco locais espalhados nas ERS-122, nos km 4,6 (São Sebastião do Caí), km 45,5 (Farroupilha) e km 151,9 (Ipê), no km 30,1 da ERS-240 (Capela de Santana) e no km 6,5 da ERS-446 (Carlos Barbosa). A data de início da operação e o valor das tarifas estão sendo analisados e serão definidos pela Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs).
Como funciona o free flow
Com um moderno sistema, as câmeras localizadas nas estruturas dos pórticos reconhecem a altura, a largura e o comprimento, além da quantidade de eixos rodantes e suspensos. Durante a noite e em dias com neblina, por exemplo, o free flow funciona normalmente, já que os sensores operam até mesmo em situações de baixa visibilidade.
A inovação aplicada pela CSG nas rodovias estaduais também reduz o impacto ambiental, evitando desapropriações e obras significativas nos locais onde estão sendo instalados os equipamentos.
Apesar de ser uma novidade no Brasil, o free flow já é bastante utilizado em outros países, como China, Estados Unidos, Portugal e Chile. Em solo nacional, o sistema foi autorizado pela Lei 14.157/2021 e anunciado pelo Governo do Estado do RS e pela CSG em agosto de 2023.
Fotos: CSG / Divulgação