Originado inicialmente, como passatempo na Grécia e Egito antigo e vindo a se tornar um esporte somente na Itália durante o período imperial a bocha, Na Itália, surgiu como “Bocce”, consistindo em um jogo muito similar ao boliche, porém, praticado ao ar livre. Este tipo de jogo foi popularizando em festivais organizados por nobres e governantes, difundindo-se amplamente por outros países europeus, se difundindo principalmente no início do século XVI, sobretudo em Portugal, França, Inglaterra e Espanha.
Paixão regional
Sua origem em terras brasileiras se deu, principalmente, por influência dos italianos que chegaram ao Rio Grande do Sul no início do século XX. A prática passou rapidamente a se perfilar em praças, clubes, centros comunitários, empresas, paróquias e outros. Em 1943, a modalidade foi reconhecida como um esporte pela Confederação Brasileira de Desporto (CBD).
Um adepto da modalidade, o atual presidente da associação, Carlos Gomes, Vinícius Faccin, de 35 anos, iniciou no esporte incentivado pelos seus familiares, desde muito novo. “Comecei a jogar bocha através do meu avô Danilo Faccin, e meu pai Gilberto Faccin, os dois fundadores da associação”, revela.
A Bocha pode ser praticada por qualquer pessoa, sendo um dos esportes mais democráticos do mundo, sem restrições de idade, gênero ou limitações físicas. Cada jogador recebe quatro bolas para lançar durante uma partida, objetivando marcar pontos ao posiciona-la o mais próximo possível do bolim (bola menor que é lançada inicialmente como alvo).
A partida pode ser jogada entre duas pessoas ou duas equipes, sendo quatro bochas (bolas) para cada equipe, ou seja, duas para cada jogador. A partida consiste em lançar bochas e situá-las o mais perto do bolim. O adversário, por sua vez, tentará situar as suas bolas mais perto ainda do bolim, ou “remover” as bolas dos seus oponentes. “Você treina durante a semana, para, no sábado, disputar as partidas, todas as equipes tem seu capitão que orienta cada jogada, pois as canchas não são iguais. Todos os anos, disputamos o campeonato regional, onde fomos campeões em 2022”, expõe.
Faccin revela que a bocha “é um esporte que a pessoa tem que usar muito a paciência e a técnica. Você acaba fazendo muitas amizades, além de estar sempre dentro de uma comunidade”, expressa.
Ele iniciou sua jornada no esporte aos seus 12 anos, e acredita que as sociedades esportivas tem que dar oportunidades para os jovens conhecerem o esporte. “Temos três atletas jovens jogando conosco. Atualmente, está muito difícil de conseguir pessoas novas, primeiro eles têm que se interessar pela bocha, tem que ter uma base, e uma sociedade e principalmente temos que dar oportunidade aos jovens para jogar, isso é um compromisso que o Carlos Gomes sempre teve”, ressalta.
O dirigente revela que o respeito pelos adversários é algo construído diariamente na instituição. “O respeito é uma coisa que é treinada, não somente no jogo, mas também respeito a competitividade saudável. São feitas reuniões, confraternizações, e isso une o grupo e garante sempre o respeito e a amizade. Por mais que seja um esporte de amizade, todo mundo sempre quer ganhar, para levar o nome da sociedade no alto”, conclui.