Em outubro deste ano o Semanário relatou a queixa feita por alguns estagiários dos Centros de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Ceacri) alegando que não estavam recebendo os salários em dia. A denúncia foi feita dia 20 e eles paralisaram as atividades por alguns dias, entretanto, após uma reunião na Secretaria de Habitação e Assistência Social (SEMHAS) um acordo foi feito e eles voltariam à ativa. Mas no dia 1º de novembro, a Secretária Adriana Gabbardo comunicou que os colaboradores seriam desligados dos serviços por falta de verba pública. Porém, os estagiários voltaram a reclamar da falta de pagamento referente ao mês de outubro e das férias.
Cátia Peruzzo é umas das pessoas que foi atingida pelo não recebimento de salário. Ela diz que pagar a faculadade em dia foi difícil durante os dias em que esteve atuando no Ceacri AABB Comunidade. “Nunca consegui estar em dia com minha contas, afinal era difícil quitar minhas parcelas da faculdade no prazo exigido antes de precisar pagar juros” lembra.
A jovem de 26 anos estuda pedagogia e atualmente cuida de uma criança. “Precisei procurar outro emprego. Não podia ficar esperando eles resolverem pagar… afinal as contas não esperam”, relata Cátia.
Rosemari de Almeida também está se sentido prejudicada pelo atraso do salário que deveria ter sido acertado no início de novembro. “O que eu sinto é um descaso por parte da administração pública, pois eles não pensam que temos contas a pagar, temos que por comida na mesa e eu não moro com meus pais, tenho uma família para sustentar com filhos e me sinto mal por isso”, comenta.
Ela salienta que por semanas os antigos funcionários tentaram contato com a Prefeitura, na SEMHAS e não obtiveram respostas. “Ligamos e religamos por diversos dias, eles só dizem que não têm dinheiro para pagar. Mas estamos próximos do Natal, desempregados e sem receber um dinheiro que é nosso, que trabalhamos pra isso”, comenta Rosemari.
A Secretária Adriana Gabbardo garantiu que existem atrasos nos pagamentos. “Estamos recebendo também com atraso os repasses necessários para quitá-los. Todos os fornecedores e estagiários que nos procuram estão sendo atendidos. Grande parcela desses atrasos é decorrente da crise econômica que assola o país e que, certamente, também provoca reflexos em Bento Gonçalves. Estamos trabalhando dentro da nossa realidade, nos adaptando e fazendo tudo de forma transparente. A quitação destes pagamentos é um direito dos fornecedores da mão-de-obra, sejam eles estagiários ou não e eles irão receber o que é de direito”, garante Adriana.
Leia mais na edição impressa do Jornal Semanário deste sábado, 26 de novembero de 2016.