O estado é o quarto com maior percentual de residências com acesso a esse tipo de plataforma, segundo pesquisa

Ter acesso aos filmes e séries mais atualizados e famosos é uma tendência no momento, cada vez mais presente na sala das famílias. Segundo dados do Módulo de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), apurado pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, mais da metade dos domicílios, com televisão, no Rio Grande do Sul, tem acesso aos serviços pagos de streaming. Isso equivale a 2,28 milhões de lares (50,3%), ou seja, cinco em cada 10 têm plataformas de recepção e reprodução via internet. Os indicadores utilizam as informações dos últimos três meses de 2022.

Em Bento Gonçalves, a tendência também é observada. Moradora do bairro Licorsul, Rose Rombaldi Valduga, de 60 anos, assina plataformas de streaming há mais de dois anos. Inicialmente com apenas um serviço pago, neste ano ela resolveu aumentar a lista e assinar mais um, e garante que não se arrepende. “Vale a pena, porque somos só eu e meu marido. Então a gente janta, vai para a sala e fica lá. A gente assiste bastante filme, série e documentário”, declara ela.

Com o aparelho de DVD inutilizado, na sala, Rose relembra de quando ainda fazia o trajeto até as famosas locadoras para escolher filmes. “Aqui (em Bento Gonçalves) tinha um monte de locadoras, e a gente pegava bastante”, fala. Apesar disso, Rose ressalta que as novas plataformas são muito mais práticas e atualizadas. Ela ainda assiste programas nos canais de TV, entretanto reclama da qualidade e praticidade. “O pessoal está aderindo ao streaming, porque todos estão se queixando da programação da tevê, e a gente acaba ficando muito restrito também”, completa.

Morador do bairro Universitário, Bruno Franceschini Girondi, de 19 anos, também tem acesso à internet na sua casa, e é outro que paga pelos serviços de streaming. Há cerca de quatro anos ele assina as plataformas, e utiliza o Playstation para ter a imagem na televisão. Girondi relata que dificilmente assiste os canais abertos na tevê. “Acho os programas ruins, e os filmes que passam nem se fala”, diz. Segundo ele, “vale muito mais a pena assinar mensalmente plataformas de streaming. Se você quiser ver filmes ou séries, com toda a certeza”, afirma o jovem.

O Rio Grande do Sul é o quarto estado com maior percentual de residências com acesso a esse tipo de serviço, segundo a pesquisa. À frente estão Distrito Federal (62,2%), Santa Catarina (56,7%) e Rio de Janeiro (51,6%). A média no país ficou em 43,4%. “O rendimento médio mensal real per capita nos domicílios que tinham acesso a serviço pago de streaming de vídeo foi de R$ 2.454, representando mais que o dobro daqueles que não possuíam acesso a esse serviço, R$ 1.140. Para os domicílios com acesso a streaming pago de vídeo, bem como a canais fechados de televisão, o rendimento médio foi de R$ 3.228”, informou o IBGE.

Acesso à internet cresce

Seguindo uma tendência dos últimos anos, o número de domicílios com acesso à internet no Rio Grande do Sul apresentou crescimento em 2022. São 4,1 milhões de lares (92,6%) conectados, de um total de 4,43 milhões. Isso representa aumento de 1,6 ponto percentual em relação à pesquisa anterior, quando ficou em 91%. Em 2021, em números absolutos, 3,9 milhões dos 4,3 milhões domicílios gaúchos tinham acesso à rede mundial de computadores. Com 92,6% dos lares conectados, os gaúchos superam a média no país, que é de 91,5%. Isso quer dizer que somente sete em cada 100 lares não dispõem de internet.

Entretanto, o percentual de domicílios com televisão apresenta queda, pelo quinto ano consecutivo, com 97,1% dos lares com aparelho. Em 2021, 97,5% das casas tinham aparelhos de tevê. A redução segue uma tendência observada desde 2018, quando 98,4% dos domicílios possuíam o aparelho. Em contrapartida, o percentual de residências com acesso a serviço de TV por assinatura subiu para 33,3%, um pequeno aumento em comparação ao ano anterior, 2021, quando ficou em 32,4%.

Pela primeira vez a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) traz informações sobre a existência de dispositivos inteligentes nos domicílios, que podem ser comandados via internet —câmeras, caixas de som, lâmpadas e ar-condicionado. Nesse grupo, o estado ocupa a sétima posição no ranking nacional, com 16,9% dos domicílios equipados com tecnologia inteligente. Esse percentual supera a média de 14,3% observada no país. Entre os estados, Santa Catarina lidera com 21,8%.

Importante

1 – Uma das novidades da pesquisa é a existência de aparelhos de rádio nas residências.

2 – A pesquisa revelou que 71,6% dos domicílios gaúchos possuem o equipamento.

3 – O Rio Grande do Sul tem o maior percentual, entre os estados, bem acima da média do país, de 56,5%.