Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indicam que o salário mínimo brasileiro deveria ser de R$ 6.210, ou seja, quase cinco vezes mais que o valor definido pelo governo e em vigência atualmente, que é de R$ 1.320. A informação foi divulgada na segunda-feira, 20, e integra um cálculo realizado pelo órgão, com base nas despesas básicas de uma família de quatro pessoas, dois adultos e dois filhos, com moradia, comida, saúde, educação e lazer, entre outros direitos que estão previstos em Lei.
Na comparação entre o custo da cesta e o salário mínimo líquido – após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social – o trabalhador remunerado comprometeu, em média, 52,72% do salário mínimo para adquirir os produtos alimentícios básicos.
O levantamento mostra ainda que em outubro, uma compra completa no supermercado custava quase R$ 740 em Porto Alegre, Florianópolis e São Paulo, capitais com os valores mais altos apurados pelo Dieese. A cesta básica mais barata foi a de Aracajú: R$ 522.
Na média, o trabalhador brasileiro teve que trabalhar, no mês passado, 107 horas para ganhar o suficiente para fazer uma compra completa. Ou seja, quase três semanas, no caso de alguém que trabalha de segunda a sexta, com uma jornada de oito horas por dia.
Na comparação anual, a jornada média foi de 119 horas e 37 minutos.