*Por Rodrigo Otávio
Tecnologias, infraestrutura e subsídios são elementos importantes para o crescimento das atividades agropecuárias do nosso município ou de qualquer outro lugar. Por si só impulsionam o setor e trazem algum crescimento. No entanto, é momentâneo quando desprovido da consciência de que é no conhecimento que está a perenidade do desenvolvimento rural.
As práticas adotadas na fruticultura, na vitivinicultura e na atividade animal devem sempre, primordialmente, estarem calçados no conhecimento e, sobretudo, no respeito ao limite de intervenção ao ambiente. O alimento saudável de amanhã depende do ambiente saudável de agora. Pessoas saudáveis no futuro são, em grande medida, condicionadas pela alimentação de hoje.
Produzir bem não significa produzir muito. Produzir bem é produzir com respeito, com sensibilidade e com a responsabilidade da preservação não só do ambiente e das riquezas naturais que esta terra é privilegiada, mas também a preservação da história e da cultura de um povo resiliente que um dia aqui chegou. Isso é “produzir bem”. Aí é que reside o valor da produção. Não tá na escala, mas na identidade, na qualidade. É perene. É sustentável. É saudável. É atrativo. Aqui caberia outra matéria pra dissertar o grande benefício da relação da educação, do mundo rural e do turismo.
Pensar o futuro da nossa cidade passa, também, pela preocupação com a sustentabilidade do meio rural. Poder contar com instituições de educação (superior, profissionalizante, científico e tecnológico), de pesquisa, inovação, extensão, do poder público e de entidades representativas dos mais diferentes setores é um privilégio para pouquíssimos municípios do Brasil. E a questão não é só ter estas entidades no município, mas sim saber aproveitar esse potencial. E a criação do Bento+20, como um grande articulador dessas entidades, é sem dúvidas um grande recado e uma grande manifestação de carinho e de respeito com a cidade de Bento Gonçalves.
*Rodrigo é Coordenador da CT Desenvolvimento Rural, diretor geral IFRS-BG