Conheça as tradições daqueles que cuidam dos túmulos antes do feriado e entenda sobre o aumento do comércio de flores no mês de novembro
O período que antecede ao Dia de Finados é marcado pela atenção dispensada aos túmulos e jazigos, nos cemitérios, com as pessoas empunhando vassouras e baldes, e muitas flores. Muitos tem esta atividade como tradição, uma forma de se sentirem mais próximos daqueles que já se foram. A autônoma, Marilva Pretto, 54 anos, conta que vai ao cemitério, há muitos anos, com o objetivo de manter o local limpo e com flores novas. “E no Dia de Finados visito o cemitério e vou à missa. É algo que vem da minha família, muito por causa da religião. Pretendo fazer por toda a minha vida”, afirma.
Para Marilva, a data é muito mais do que apenas um feriado, pois é quando se aproxima daqueles que ela ama e que já morreram. “Acredito que é quando a gente lembra daqueles que partiram, não que a gente não lembre sempre, mas é um dia especial feito para que já se foram. Claro que quando é recente a emoção toma conta, mas com o tempo percebemos que é um caminho que todos nós vamos passar”, acrescenta a Marilva.
Dorzira Queiroz é empregada doméstica, tem 48 anos e, há 32, trabalha na casa da mesma família. Há cada três meses ela vai ao cemitério limpar e cuidar do túmulo da antiga patroa. “Gosto de manter ele cuidado, conheci ela logo que iniciei o meu trabalho e, com o passar dos anos, essa é a minha forma de demonstrar carinho por ela”, declara.
Solange Rossetti tem 60 anos, é autônoma, e nos últimos anos o Dia de Finados tem sido mais triste, para ela, pela perda de sua mãe. “A minha rotina nesse dia é arrumar o túmulo, e procuro assistir uma missa”, afirma. Solange acredita que o importante é manter o espaço bem cuidado, uma maneira de homenagear os que já morreram. “É o momento de lembrar daquelas pessoas que sempre estiveram conosco, e fizeram tudo pela gente. É um pouco do que a gente pode fazer”, entende.
Solange Rossetti se dedica com as flores para trazer mais alegria ao tumulo de sua família
Comércio de flores ganha impulso por causa da data
É bastante comum lembrar das pessoas que já morreram com flores, coroas ou arranjos. Por isso é normal que, perto dos cemitérios, existam floriculturas com os mais diversos tipos de flores. Jussara Mazotti é florista há 38 anos, e conta que “gostava muito de plantar flores na casa da minha mãe, onde havia uma mesa cheia de vasos. Colecionava mudas, plantava, cuidava delas. Me casei, morávamos em frente ao cemitério, e vimos a oportunidade de abrir a floricultura em 1985”, relembra. Outubro e novembro são os melhores meses em relação para as vendas. “No Dia de Finados vendemos 500% a mais do que um mês normal.
As floristas Naira Rossi, Elisandra Chesini, Ana Rita Robeti, Silvana Peron e Jussara Mazzotti
Iria Garzolla também trabalha com flores. Aos 60 anos de idade, vê de novembro como um mês especial para o comércio de flores. “Atendemos muito mais pessoas na semana anterior ao Dia de Finados. Para nós, representa uma das datas mais fortes, juntamente com o Dia da Mulher e o Dia das Mães”, conclui.