Um levantamento realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) mostra que sete em cada 10 juízes e desembargadores acham que ganham menos do que mereceriam. Atualmente, conforme documento divulgado pelo CNJ no início de setembro, mostra que cada magistrado custa por mês, em média, R$ 69,8 mil aos tribunais, o equivalente a mais de 50 vezes o salário mínimo do trabalhador brasileiro, que é de R$ 1.320. Esse valor não diz respeito só ao salário do magistrado; entram na conta, além das remunerações, os gastos com indenizações, encargos sociais, previdenciários, imposto de renda e despesas com viagens.

A pesquisa aponta ainda que quatro em cada cinco juízes ou desembargadores acreditam que têm um volume de trabalho maior do que o ideal. Os números já apurados também revelam um dado preocupante em relação à saúde mental dos trabalhadores da Justiça: 58% dos juízes e das juízas e 38% dos servidores e das servidoras dizem sofrer estresse. Já a ansiedade atinge 56% da magistratura e 48% dos servidores.

Os dados fazem parte do 2º Censo do Poder Judiciário para traçar o perfil da força de trabalho da Justiça brasileira. Até o dia 30 de junho, 70 mil pessoas já tinham respondido o questionário, o que equivale a aproximadamente 30% do total de integrantes do Judiciário, tanto servidores quanto magistrados.

O período para responder à pesquisa termina nesta sexta-feira, 22 de setembro, mas alguns dados preliminares já foram divulgados.

Outro dado constatado inicialmente pelo levantamento é de que a magistratura brasileira é, em grande parte masculina, branca, heterossexual, casada e católica.