Implementação de projeto reduziria em 80% a emissão de gases de efeito estufa no Estado]
Além de apresentar soluções para transformar os negócios, a Fiema Brasil, encerrada no dia 11 de maio, deixou legados à sociedade. Um deles foi a entrega de um plano de gestão de resíduos para o Estado do Rio Grande do Sul.
O estudo foi capitaneado por técnicos da Fundação Proamb, entidade promotora da Fiema, e da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), sendo apresentado durante o 1º Simpósio Gaúcho de Recuperação Energética de Resíduos Sólidos Urbanos. O secretário adjunto de Meio Ambiente e Infraestrutura do Estado, Marcelo Camardelli Rosa, e técnicos da Fepam participaram do evento.
A ideia é reduzir drasticamente as emissões dos gases de efeito estufa (GEE) no Estado. Segundo um dos coordenadores do estudo, o engenheiro de Minas Francisco Leme, o atual sistema de destino dos resíduos do RS gera 4,6 milhões de toneladas de gases de efeito estufa por ano. “Isso é duas vezes mais do que emite toda indústria gaúcha”, observa o vice-presidente do Conselho da Abren.
Com o plano apresentado ao governo, seria possível reduzir 80,4% das emissões, chegando a um patamar de 900 mil toneladas de GEE. Para as regiões mais populosas, o estudo indicou a construção de sete usinas do tipo “waste to energy”, voltadas à geração de energia através da incineração de resíduos. Quatro delas ficariam na Grande Porto Alegre, e as demais seriam instaladas nas regiões de Caxias do Sul, Passo Fundo e Santa Maria/Santa Cruz do Sul.
No sul, a proposta seria duas plantas de coprocessamento, para transformar os resíduos de Pelotas e de Bagé em CDR – combustível derivado de resíduos –, a fim de ser utilizado nas cimenteiras da região. Já nas regiões de São Borja/Santiago, Uruguaiana/Alegrete, Camaquã e Santa Rosa, a proposta foi de aumentar as centrais para ampliar a reciclagem e a compostagem. Para colocar o plano em ação, seriam necessários investimentos privados de cerca de US$ 1,1 bilhão.
O diretor de Operações da Proamb, Gustavo Fiorese, reitera a importância do estudo ao analisar a necessidade de a sociedade caminhar rumo a operações carbono zero. “Vivemos desafios de ordem climática que nos impõem urgências, e reduzir as emissões de gases nocivos à atmosfera é um deles. Esse estudo chama a atenção para o quanto podemos evoluir nesse sentido, promovendo ganhos imensos tanto para a biodiversidade quanto para a sustentabilidade dos negócios”, destaca Fiorese.
No simpósio, também foram apresentados cases da Alemanha e de Portugal explicitando como ocorreu o processo de transformação em seus países e de fabricantes de plantas de CDR e de “waste to energy”.