O Rio Grande do Sul já registrou 11 óbitos por dengue em 2023, conforme o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs), vinculado à Secretaria da Saúde (SES). Com isso, os órgãos estão reforçando, para a população, o alerta de prevenção. Em todo o estado, ações estão sendo desenvolvidas pelas equipes responsáveis, como forma de evitar a proliferação da doença.
Conforme a Secretaria de Saúde do estado, somente neste ano, o Rio Grande do Sul já registra 7.660 casos da doença. Deste número, 7.049 são autóctones, quando o contágio ocorre no estado, e os demais 611 são importados (residentes do RS que foram infectados em viagem a outro local).
Oito pessoas com mais de 60 anos
Conforme a pasta estadual, a faixa etária que mais registrou mortes pela doença foi acima dos 60 anos, com oito confirmações: duas entre os 60 a 69 anos; uma na faixa dos 70 a 79 e outras cinco com 80 anos ou mais. O restante, uma pessoa entre 20 a 29 anos e duas entre 40 e 49. Com base nisso, a Secretaria Estadual da Saúde reforça o alerta de prevenção à essa população.
Conforme explica a enfermeira Catia Favreto, responsável no Centro Estadual de Vigilância em Saúde pelo Programa de Arboviroses (doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti), os idosos estão mais sujeitos à hospitalização e ao desenvolvimento de formas graves da doença. “É importante lembrar que esses indivíduos são mais vulneráveis às complicações decorrentes de dengue, entre outros aspectos, por possuírem sistema imunológico menos eficiente e a possível existência de outras doenças crônicas associadas, além do fato de se desidratarem com mais facilidade”, descreve.
Por isso, ela destaca que a avaliação clínica deve ser criteriosa. “Evitam complicações pela demora na identificação e no tratamento da infecção grave por dengue, quando presente”, recomenda.
Em Bento
A médica veterinária da Vigilância Ambiental de Bento Gonçalves, Analiz Zaterra, comenta que a infestação de mosquitos Aedes aegypti continua alta na cidade. “A circulação do vírus da dengue está acontecendo principalmente nos bairros Vila Nova e Vila Nova II. Hoje, já estamos com 29 pacientes confirmados com dengue autóctone nessas localidades. Apesar da maior concentração ser nestes bairros, outros dez casos estão espalhados na cidade. Portanto, toda população deve estar atenta aos criadouros e aos sintomas da doença”, alerta.
A orientação é procurar atendimento médico logo no início dos sintomas para identificar a enfermidade. “Se tiver febre alta de 39 a 40 graus, cansaço, dores no corpo, principalmente nas articulações, dor de cabeça e manchas vermelhas. Sintomas como tosse e dor de garganta são indicativos de outras doenças como gripe e Covid”, realça.
Como auxiliar
Segundo Analiz, a comunidade possui um papel fundamental para a prevenção. “A população pode e deve ajudar na eliminação dos locais onde os mosquitos se proliferam que são depósitos que acumulam água. Tonéis e caixas de coleta de água da chuva, latas, garrafas, plásticos, lonas no meio ambiente, pneus a céu aberto, ralos de casas e de pátios, caixas de água de beber sem proteção adequada, pratos de vasos de flores e flores na água são alguns dos exemplos. Solicitações de vistoria devem ser feitas pelo 08009796866”, aponta.
Tacchini busca voluntários
O Instituto Tacchini de Pesquisa em Saúde (ITPS) iniciou o recrutamento de voluntários para participação em pesquisa de duas vacinas contra a dengue. Estão sendo selecionados voluntários (homens ou mulheres) entre 18 e 50 anos, saudáveis, não gestantes e que não tenham contraído dengue ou zika previamente
Ambas as vacinas estão sendo avaliadas em todo Brasil com o objetivo de prevenção da dengue. Em pesquisas clínicas anteriores, as duas vacinas mostraram uma boa resposta funcional, além de serem bem toleradas pelos participantes.
O que envolve a participação na pesquisa?
Os voluntários interessados e aceitando participar da pesquisa serão avaliados para confirmação dos critérios de inclusão estabelecidos. O interessado será acompanhado pela equipe da pesquisa por aproximadamente um ano, mediante contato telefônico e consultas presenciais no ITPS.
Demais informações podem ser consultadas acessando o site.
Histórico de mortes no estado
Foto: Reprodução