Atividade inicia a partir das 7h, na área central do município, com os primeiros processos para elaboração do doce
Relembrar os costumes dos antepassados que colonizaram a região. Esse é somente um dos intuitos da programação que ocorre amanhã em Pinto Bandeira, quando acontece a ‘maior uvada artesanal do mundo’, na Praça da Bandeira, área central do município. A atividade inicia a partir das 7h, com os primeiros processos para a elaboração do doce, e às 10h ocorre a abertura oficial.
Milhares de pessoas são esperadas para acompanhar, de perto, o processo de confecção do doce de uva, que será realizado a muitas mãos. A proposta é uma parceria do Rotary São Francisco, de Bento Gonçalves, e a prefeitura de Pinto Bandeira. O prefeito, Hadair Ferrari, afirma que os munícipes estão ansiosos. “Estamos empolgados para este evento que é a maior uvada artesanal do mundo, vamos fazê-la com muita alegria. Essa uvada terá a participação dos líderes das comunidades, equipes administrativas. Logo cedo, às 7h, eles vão estar lá, tirando os grãozinhos dos cachos de uva, lavando-os,
e fazendo o primeiro processo que é ferver e cozinhar, para depois peneirar. Isso será feito ainda na parte da manhã, em tachos de cobre e mexendo com a mescla, como era feito antigamente”, revela.
Conforme Ferrari, o processo da uvada é realizado desde a chegada dos antepassados. “Nossos avós e bisavós trouxeram esse costume da Itália e queremos resgatar isso, pois poucas famílias fazem e muitas pessoas não conhecem como o produto é feito”, salienta.
Durante o dia, o público poderá conferir shows, exposição de demais produtos de indústrias e agroindústrias regionais. O doce está previsto para ficar pronto a partir das 14h. “É neste momento que o produto começará a ser comercializado. Por isso, convidamos a toda comunidade regional para prestigiar esse momento, que será o primeiro de muitos que estão por vir”, enfatiza Ferrari.
Iniciativa que deu certo
Conforme o rotariano e coordenador do evento, Edson Carlos Zandoná, a ideia da “uvada” nasceu numa reunião do Rotary em meados de setembro de 2022, onde o grupo conversava sobre os trabalhos que o clube poderia fazer para integrar a comunidade. “Naquele momento, sugeri ao demais rotarianos que pensássemos na possibilidade de fazer o cozimento da uva, a nossa uvada, a qual já nasceu com o intuito de ser a maior uvada artesanal do mundo. Imediatamente todos os companheiros rotários abraçaram a ideia e, a partir deste momento, se iniciaram os trabalhos de organização”, comenta.
Um dos principais objetivos com a realização da atividade é, exatamente, o resgate e a valorização das tradições e do homem do campo. “É promover aquele que muito trabalha e pouco é lembrado, que é o nosso agricultor. Não podemos esquecer que há mais de 100 anos os nossos agricultores, que aqui chegaram, precisaram de muito esforço e suor para sobreviver e o cultivo da uva sempre foi a sua principal fonte de renda. A partir do trabalho dos abnegados agricultores é que damos início ao desenvolvimento da Serra Gaúcha”, pondera Zandoná.
Ele acredita que, a partir deste primeiro passo, será possível mostrar a essência. “Apesar de tudo o que o agricultor representa na nossa história ele nunca foi o centro das atenções, nunca lhe foi dado o prestígio necessário, onde na maioria das vezes ele era o coadjuvante, mas nunca o ator principal. A partir da ‘Maior Uvada do Mundo’, conseguiremos mostrar a sua essência, o seu trabalho e dedicação naquilo que ele mais conhece, o cuidado e zelo pela uva. Assim, unimos num evento só a uva, que representa nossa Serra Gaúcha e o agricultor, aquele que em momento algum abandonou suas origens, o seu amor e cuidado pela uva”, considera.
Envolvimento da comunidade
O rotariano comenta que centenas de pessoas estão envolvidas na atividade. “Estamos com um grupo de rotarianos, familiares e amigos que superam 50 pessoas, as quais estarão trabalhando na organização do evento. Em relação aos agricultores, contamos com mais de 120 pessoas que estarão trabalhando no cuidado de 45 tachos, com aproximadamente 1.500 quilos de uva in natura que serão processados”, aponta.
O dia será repleto de atrações. “Todos que visitarem Pinto Bandeira poderão acompanhar visualmente o cozimento, principalmente porque esse processo é longo e demorado. Iniciaremos os trabalhos a partir das 7h, quando o padre Clóvis Luiz Rombaldi estará abençoando todos aqueles que estarão trabalhando. Seguiremos com o primeiro cozimento da uva até as 10h e teremos uma pequena parada para os pronunciamentos das autoridades e reiniciaremos os trabalhos até o final cozimento. Durante o dia, teremos um local coordenado pelo Rotary, junta à praça central, onde estarão sendo comercializados os tickets dos potes de uvada, os quais de 500g cada”, recorda.
Zandoná deixa um recado para toda a comunidade.
“Pinto Bandeira estará aguardando a todos aqueles que forem presenciar um evento único. Teremos restaurantes, agroindústrias, corais, fornos a lenha para cozimento de pão colonial, entre tantas outras opções, não esquecendo da hospitalidade e carinho de todos os pinto-bandeirenses”, convida.
Foto: Cláudia Debona