Com quatro vezes mais conteúdo, esta edição promete trazer uma dinâmica completamente diferente para os jovens inscritos

Na semana passada, o Corpo de Bombeiros Militar (CBM), sediado em Bento Gonçalves, lançou a 2ª edição do projeto Bombeiro Mirim. Assim como no ano passado, 24 crianças, de dez a 12 anos, terão a oportunidade de participar das diversas atividades práticas e pedagógicas. Em 2022, as aulas eram ministradas somente no sábado, mas neste ano, a ação funcionará como um contraturno escolar, proporcionando diversão e conhecimento para as tardes dos pequenos, de segunda a sexta-feira.
Na manhã de quarta-feira, 15, o major da corporação, Márcio Müller Batista, realizou uma coletiva de imprensa onde repassou os detalhes desta edição. Segundo o oficial, o Bombeiro Mirim de 2023 será quatro vezes maior que anterior. Muitos representantes do setor público e privado da Capital Nacional do Vinho abraçaram a causa e possibilitaram uma gama nova de cursos para as crianças.

Cursos no campus

Uma das novidades da rede de parceiros é o Instituo Federal do Rio Grande do Sul (IFRS), com sede em Bento. O espaço fica localizado à frente da sede dos bombeiros, na Avenida Osvaldo Aranha. A instituição sediará a maioria das atividades que serão ministradas durante a semana do projeto. Além disso, todas as sextas-feiras o instituto dará aula para as crianças, com experiências advindas dos mais diversos cursos do local.

O major comemorou a integração do IFRS junto ao projeto, que trará o espaço do campus, junto de suas disciplinas, para a realidade dos participantes do Bombeiro Mirim. “Os diretores foram muito voluntariosos em envolver todo o corpo docente. As crianças terão a experiência dos laboratórios do instituto, cursos e oficinas pedagógicas. Toda sexta haverá essa aula ministrada de algumas áreas”, detalha.

Artes marciais e música

Dentre as novidades da 2ª edição do projeto está a iniciativa de parceria da academia ACBJJ, que dará aulas de jiu-jitus para os pequenos. O faixa preta e proprietário do local, André Cristófoli, dará lições para eles duas vezes por semana, nas quarta e sexta. Em julho já está programada uma prova de troca de faixa, que testará as habilidades recém-aprendidas das crianças, dando a elas a oportunidade de experienciar essa evolução de grau.

Além das práticas com a arte marcial, os inscritos terão a oportunidade de aprender música, por meio do Instituto Tarcísio Michelon. “Eles vão levar para o IFRS instrutores de técnica musical e musicalização para o pessoal entender a leitura de partitura e toda essa parte teórica, assim como aulas de flauta e violino e toda a estrutura de instrumentos também será fornecido pelo instituto”, comenta Batista.


Inglês e informática

Como parte importante da educação, o inglês também fará parte do Bombeiro Mirim, graças a escola de idioma Fisk. As crianças irão aprender a língua norte americana toda as terças, durante sete meses de projeto. A expectativa é que 112 horas de conteúdos sejam fornecidas, um número acima das 80 horas comumente administradas no curso regular da escola.

A Data+ adentrou nesta edição do projeto com a ideia de fornecer um laboratório de computação, com aulas voltadas para tecnologia. “Os alunos terão toda a base da informática, que é necessária para o trabalho, futuramente, como noções de Word, Excel, Power Point. Eles vão abrir o laboratório deles e essa aula vai ser lá na empresa”, informa.

Ensinamento dos bombeiros

Para adentrar na temática e lições da corporação, o principal foco do Bombeiro Mirim ficará para as quintas-feiras, onde as atividades acontecerão na sede do batalhão. Nesses dias, os pequenos serão instruídos com ensinamentos que os agentes recebem, como primeiros socorros, noções de prevenção contra incêndio, manejos de alguns equipamentos, dentre outros.

A farda, elemento importante de todo bombeiro, será fornecida por meio dos apoiadores desta edição, de forma totalmente gratuita aos alunos. Todo o fardamento, desde o tênis, até o quimono das aulas de jiu-jitsu será fornecido para que não haja disparidade entre os participantes da ação.
Essa rede de conhecimento, que será trançada durante toda a semana, que engloba desde o inglês até música, serve para ampliar as possibilidades daqueles em contato com o projeto, conforme explica o major. “A ideia é abrir o horizonte dessa gurizada, para que eles consigam ter uma nova perspectiva de futuro, de vida, descobrir os talentos e as potencialidades deles”, pontua.

Inscrições e inclusão

Dentre as 24 crianças inscritas, doze serão redirecionadas a partir do Centro de Referência Social II (CRAS), que fica nas proximidades da sede dos bombeiros. O objetivo com esse filtro das inscrições é proporcionar uma maior inclusão para aqueles que não possuem oportunidade de realizar tantas aulas e cursos de uma vez. As outras 12 vagas serão preenchidas a partir de um sorteio com o restante dos interessados.

As mais de 500 horas de projeto começarão a ser ministradas em abril, mas as inscrições já foram abertas na quarta-feira. Os responsáveis que desejarem inscrever seus filhos, poderão acessar o QR Code. O link ficará disponível até o dia 15 de março. Quem tiver dificuldades pode ir presencialmente no batalhão, de segunda a quinta.

No dia 30 de março, será realizado o sorteio na Casa das Artes, das 12 crianças que ingressarão o curso. Cerca de 80 inscrições foram realizadas na primeira edição, mas para este ano os bombeiros preveem um número maior.

Soldado Juliano Baigorra sobre a última edição

Soldados Kist e Baigorra, junto com o major Batista, anunciaram as novidades da edição deste ano

“Temos exemplos de três crianças que trabalharam conosco no ano passado. Uma delas é uma menina que já entrou pronta. No primeiro dia ela já estava nos botando em formação. Entrou quebrando, querendo mesmo aquilo. Um segundo caso foi de um que no primeiro dia de aula foi sacrificante porque não conseguia sentar e parar, era muito agitado. Porém, ele terminou o curso colocando o pessoal em forma e sendo o último a sair da sala, porque estava trabalhando em prol da equipe dele. Por fim, um deles tinha um grau elevado de toque, mas conseguiu chegar no final do processo se barrando, se sujando, e isso nós conseguimos perceber porque estávamos ali no dia a dia. Na hora do formatura as mães vieram para nós e disseram: ‘Você não tem noção do que modificou na vida dele. Eu hoje tenho outro filho dentro de casa’. Se a gente conseguir fazer mais três crianças terem esse desenvolvimento já é uma grande coisa para nós”

Link para a inscrição: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSf1QIBKTNVuZ-SSkvFaflt4vviS1mk-Pj2tHIE1hP3r-etErA/viewform