Segundo o Corpo de Bombeiros, 35 casos de remoção de ninhos e enxames já foram atendidos entre os dias 1º de janeiro a 5 de fevereiro. Picadas desses animais podem levar pessoas alérgicas a óbito
Com a chegada do verão, e o aumento de queimadas em regiões de mata, animais como abelhas e vespas tendem a mudar seus ninhos para regiões mais urbanizadas. Bento Gonçalves se encontra no meio dessa transição de habitats e muitas casas e prédios da cidade acabam virando o lar dessas espécies. Essa coexistência, entretanto, pode trazer prejuízos para as pessoas, principalmente as alérgicas, que possuem filhos pequenos, e animais de estimação.
O Corpo de Bombeiros Militar (CBM), sediado na Capital do Vinho, atenta para a elevada frequência de casos assinaladas somente em 2023. De 1º de janeiro até 5 de fevereiro, 35 ocorrências foram registradas, somente pela corporação, que é uma das responsáveis por remover vespas e abelhas da cidade. O incidente mais recente, no domingo, 5, foi em um edifício residencial no bairro São Roque, onde os insetos atacavam os moradores e precisaram ser retirados do ninho que se localizava a 12 metros de altura.
Ameaça e remoção cautelosa
Por conta dos perigos em se remover a colmeia ou semelhantes, os bombeiros podem e devem ser chamados para um manejo mais profissional dos insetos, sem riscos aos moradores. O tenente do CBM de Bento, Ozeas Cardoso de Aguiar, deixa claro que apenas um ataque pode apresentar consequências irreversíveis. “Há pessoas alérgicas que com somente uma picada, em menos de um minuto, apresentam reação alérgica, dificultando a respiração, dando desorientação e podendo provocar choque anafilático até causar óbito”, detalha.
Foto: Reprodução
Ao avistar um ninho, deve-se afastar e entrar em contato com a corporação, via 193, que chegará devidamente equipada para o trabalho. “Para fazer a remoção dos insetos é necessário roupa de apicultor, botas, luvas e o fumigador. No equipamento é colocado serragem e fogo, depois abafa e sai somente uma fumaça. Quando colocada no enxame, as abelhas pensam se tratar de um incêndio na floresta e ingerem o mel, não conseguindo dobrar o abdômen e, por consequência, deixam de picar as pessoas com o seu ferrão”, explica.
Natureza em risco
Conforme explica Aguiar, as queimadas são a grande ameaça para esses insetos, que deixam os ocos em árvores e espaços entre galhos, para nidificar seus ninhos no concreto de paredes ou abas de casas. Incêndios próximos já são suficientes para espantá-los. O desmatamento também motiva essas migrações.
No caso das abelhas, que se encontram em vulnerável de preservação ambiental, os bombeiros adotam medidas extras para preservá-las. “Sempre se tem como objetivo a preservação das espécies, já que elas são consideradas essenciais para a polinização de alimentos. A maioria desses enxames [atendidos em 2023] foram realocados nas matas”, conclui.