Problema atinge, há anos, principalmente a zona norte do município. Outros bairros, entretanto, também estão sendo afetados
O último final de semana foi marcado por reclamações de falta de água em todo o município. O desabastecimento está instaurado principalmente na zona norte de Bento Gonçalves, além de outros bairros, incluindo o interior.
Ao Jornal Semanário, o gerente da Corsan do município, Marciano Dal Pizzol, garantiu que não há desabastecimento na cidade. “Há, sim, abastecimento intermitente em pontos da zona norte. O problema começou durante a última sexta-feira e se estendeu pelo final de semana”, explica.
O gerente ressalta que os fatos ocorridos foram gerados por dois motivos. “Alta demanda de consumo, devido ao forte calor dos últimos dias, aliado a vazamentos na rede de distribuição. Nossas equipes trabalharam em regime especial de urgência em toda a zona norte no intuito de pesquisar as possíveis fugas com o seu imediato reparo. Quanto à normalidade habitual, acreditamos que com as manutenções e manobras, deverá ocorrer durante esta noite”, analisa.
Conforme a Assessoria de Comunicação da prefeitura, os moradores da zona norte, que inclui bairros como São Roque, Ouro verde, Aparecida, Zatt e Universitário estão registrando reclamações junto ao município. Por não ter soluções efetivas, na quarta-feira, 14, o prefeito Diogo Siqueira, junto ao deputado eleito e ex-prefeito Guilherme Pasin, o procurador-geral Sidgrei Spassini e o presidente da Câmara de Vereadores, Rafael Pasqualotto, foram a Porto Alegre, na sede da Corsan.
Recebidos pelo diretor de Expansão, André Guterres, o diretor de Operações Fabiano Viana e o superintendente regional Tiago Moraes Dellanhese, foi definido que será feita uma força-tarefa pela Corsan para diagnosticar e reparar vazamentos na rede e, também, será agilizado o projeto de ampliação da rede na cidade. “Fomos buscar uma solução para o problema enfrentado pela população. Não podemos admitir que os bairros sejam afetados com a falta de água constante. Continuaremos monitorando e acompanhando o trabalho”, afirma Siqueira.
Problemas além da zona norte
O morador do bairro Borgo, Lúcio Lanes, enfatiza que ficou cerca de cinco dias sem água em casa. “Dessa vez, fui pessoalmente na Corsan e fiz uma reclamação bem drástica. Mas a empresa tem funcionários bons, o que não tem é gestão. A gerência da nossa unidade ‘sei lá’ o que faz que não consegue gerir”, reclama.
Depois da reclamação, a água veio com mais pressão na rede, o que auxiliou o munícipe. O retorno, entretanto, não coibiu os prejuízos. “O dia que faltou eu tinha plantado uma grama nova no jardim, não tinha como molhar. Acabei perdendo vários metros de grama porque secou. Isso são prejuízos por incompetência de pessoas que estão sendo muito bem remuneradas, e que não estão nem aí”, expressa.
Essa, porém, não foi a única vez que ele teve problema com abastecimento. “Um dia teve um acidente, quebrou uma mangueira. No mesmo momento, fui na Corsan e pedi para irem resolver. Não foram, isso foi numa quinta e na segunda-feira eles foram fechar a água, e todo o excesso eu paguei, disseram que foi culpa minha”, relata.
Para ele, o atendimento da companhia não é satisfatório. “Fazemos a solicitação pelo site, não conseguimos finalizar, ou se finaliza, eles não resolvem. É totalmente desorganizado”, finaliza.