O Cânion Piruva fica entre Ivorá e Júlio de Castilhos, distante 53 km de Santa Maria-RS. A travessia que relato a seguir tem pouco mais de 8,5 km, e a trilha completa, no formato circular, totaliza 12,6 km.
Trilha do Cânion Piruva
A trilha inicia dentro de uma propriedade privada, onde é possível deixar o carro mediante o pagamento de R$ 15 pelo estacionamento. Primeiro você irá contornar um açude e cruzar uma plantação de soja. Em seguida, inicia a descida por uma estrada de terra dentro da propriedade. No final, você ingressa na mata nativa para uma descida íngreme, há cordas para auxiliar.
Você irá seguir a trilha descendo até o encontro com o rio. Neste momento, há duas opções: seguir para a esquerda, subindo o leito do rio, e visitar a Cachoeira das Pedras Pretas e a Cachoeira dos Degraus, ou ir para a direita, descendo o leito do rio e fazer a travessia do cânion. Sugiro a visita nas cachoeiras, elas ficam apenas 500 metros deste ponto.
Cachoeira das Pedras Pretas
Como citado anteriormente, ao atingir o rio, você deve seguir para o lado esquerdo, subindo o rio por cerca de 500 metros. Você irá cruzar o rio algumas vezes para chegar até a cachoeira, dependendo do nível, é possível chegar pulando as pedras. Logo verá uma cachoeira no seu lado esquerdo, com águas correndo sob um paredão de pedras pretas.
Essa é a Cachoeira da Pedras Pretas, com seus 30 metros de altura, e um contraste entre a cor da água e das pedras ao fundo, dado um charme especial ao lugar. Na frente dela há um pequeno poço, ótimo para banho, neste poço há o encontro de dois rios, um vindo da Cachoeira das Pedras Pretas e outro vindo da Cachoeira dos Degraus.
Cachoeira dos Degraus
Cruzando por dentro da água e seguindo o rio vindo da direita, em menos de 200 metros você chegará na Cachoeira dos Degraus, também conhecida como Cachoeira do Piruva. Impotente, bela e gigante com seus 40 metros. A água vai caindo degrau por degrau até atingir o ,poço em sua frente, ótimo para banho.
Travessia do Cânion Piruva
Depois de visitar as cachoeiras, é só você descer o rio, retornando parte do caminho e seguindo o curso da água. A descida é toda pela água, é inevitável molhar os pés (ou até os joelhos), por isso recomenda-se calçado apropriado, assim como um bastão para apoio. Também recomenda-se o uso de perneiras para proteção contra mordida de cobras e batidas em pedras.
No decorrer da travessia você verá o estreitamento do cânion, pouco a pouco os paredões vão se aproximando e aumentando a sensação de imensidão do local. As paredes chegam a 250 metros de altura e abrigam uma rica vegetação, dando um charme especial para o lugar. Há diversos pontos para banho, se o dia for quente, aproveite para se refrescar nas águas cristalinas.
Durante a trilha você também irá passar uma tímida cascata ao lado direito do cânion, ainda sem nome. Ao contrário das anteriores, essa não possui ponto para banho, na verdade, suas águas se escondem entre as pedras para encontrar o leito do rio principal.
Outra curiosidade do trajeto, é uma fenda no alto do paredão esquerdo. Ela abriga diversos morcegos que são monitorados por estudantes da UFSM. Você irá localizar este ponto ao visualizar uma imensa escada de madeira, utilizada apenas pelos pesquisadores durante os estudos sobre o controle da raiva na região.
Garganta do Piruva
Próximo ao final da trilha, está o ponto alto da sua aventura: travessias a nado. Há quatro pontos que são necessários cruzar nadando, eles ficam próximos um dos outros e são de diferentes distâncias. Nos primeiros as travessias são menores, já no último ponto é necessário aumentar a braçada, são cerca de 60 metros nadando.
Estes são locais os mais estreitos do cânion, apenas 3 metros separam os paredões, lugar também conhecido como a garganta do Piruva. Logo em seguida o cânion volta a alargar-se, dando mais espaço para os raios de sol.
Após as travessias a nado, você irá andar ainda cerca de 1km dentro do cânion antes de ingressar em uma trilha à sua direita, após o quilômetro 8 da trilha. Você seguirá subindo um morro e saindo do cânion, entre campos e plantações, por 2km, até finalizar a trilha dentro de outra propriedade privada. E então, estará novamente na estrada de terra, a qual irá percorrer por mais dois quilômetros, até o ponto inicial, no estacionamento.
Sobre a Trilha:
Dificuldade: média
Tempo: 8 horas, com as paradas para banho, lanche e contemplação do local. Sem longas paradas é possível fazer em até 4 horas.
Atenção:
- Dê preferência para realizar a trilha durante o verão, como é um aquatrekking você não tem como evitar o contato com a água, fazer essa trilha no inverno não é recomendável;
- Não faça a trilha se a previsão for de chuva, não há pontos para se abrigar em caso de cabeça de água. Lembre-se, você estará dentro de um cânion;
- É necessário saber nadar ou fazer uso de colete salva-vidas;
- Não há sinal de celular no interior do cânion, avise familiares onde você estará;
- Utilize roupas leves e de secagem rápida;
- Há diversas empresas de trekking de Santa Maria, Ivorá e Itaara que oferecem a travessia com grupos ou de forma individual.
Fonte: tudosobretrilhas.com.br
Fotos: Reprodução