Clacir Rasador
Política, política, política, não tens outro assunto que não seja… política?
Indagado e criticado por um dos poucos e anônimos leitores que passam seus olhos por esta coluna, primeiramente agradeci a leitura e, um tanto sem jeito, confessei minha culpa. Nunca fui escritor e nem o sou e já, parafraseando a música “Intuição”, de Osvaldo Montenegro, escrevo o que não silencia, sem o compromisso estreito, de escrever perfeito, agradar ou não; sem o traço jornalístico estilizado; mas sempre preocupado, quando não contrariado, fazendo das palavras uma espécie de protesto, um bate o pé no chão… Longe do que os jornalistas chamam da “síndrome do impostor” – quando há uma excessiva cobrança de si próprio em relação ao que se escreve. Contudo, resolvi atender a crítica do leitor e mudar de assunto.
Segui a pensar qual seria a fórmula que jamais admitiria tal mistura ao assunto POLÍTICA; seria tal qual o azeite em relação ao vinagre, o óleo em relação à água, a política em relação à… JUSTIÇA!
Eureka! Achei!!!
JUSTIÇA. Quando foi, caro leitor, que nos demos conta da sua importância? Certamente, passa pelos ensinamentos de berço, não é mesmo?
Há, no entanto, algumas passagens que reforçam esse sentimento, que inspiram este conceito, e assim, por alguns instantes, fui transportado para a minha infância, quando não via a hora de assistir à LIGA DA JUSTIÇA, desenho animado da produtora Hanna Barbera e DC Comics, onde víamos os Superamigos, Super-Homem, Batman e Robin, Mulher-Maravilha e Aquaman na sala de Justiça, reunidos para devolver a ordem e progresso à cidade de Ghotam City e Metrópolis, que saudade!
Ahhh, Lex Luthor, como esquecer do careca vilão, extremamente inteligente e perspicaz, o qual utilizava os PODERES da CONSTITUIÇÃO, no caso, da inconfundível pedra verde de kryptonita a seu bel prazer. Seguindo por esta viagem ao passado e embalado pelos seriados com nome ou sobrenome JUSTIÇA, como esquecer do juiz Marshall, em JUSTIÇA FINAL, dos anos 90, o qual, frustrado com o sistema legal, diante das brechas da lei que beneficiava criminosos, chega ao ponto de agir de ofício – não da forma que ultimamente temos visto – sempre com a frase que marcou época: “…Daí eu parei de acreditar no sistema e passei a acreditar na Justiça”.
Desde o mais inocente desenho animado ao seriado que tratava casos muito próximos à realidade, quando a JUSTIÇA estava na sala, a política podia até seguir batendo a porta, mas a chave da lei, nas mãos dos honrados guardiões da mesma, não a deixava entrar.
Aprender JUSTIÇA com desenho animado e com seriados de TV do século passado não é vergonhoso? Poderei assim ser indagado amanhã pelo mesmo leitor.
Em resposta, quisera reafirmar hoje a célebre frase do famoso escritor e dramaturgo Oscar Wilde: “a vida imita a arte mais do que a arte imita a vida”. Ultimamente, porém, dadas as decisões supremas, a Justiça me parece não ser mais a protagonista, a vida não imita mais a arte, mesmo em quadrinhos. Em muitos casos, sequer aparece na cena real. Pasmem, tem dado lugar àquela com que não se misturava, a política.
Muito estranho…Será mais uma do tirano Alex Luthor, ops, Lex Luthor, pois ele era um coringa na política, além disso, sempre cheio de charadas…quem irá desvendá-las, quem irá pará-lo? Por onde andarão os Superamigos??? Saudades da SALA DA JUSTIÇA!
A propósito e antes que me esqueça, amanhã, 08 de dezembro, é o dia da JUSTIÇA, não faltam motivos para acender as velas!