A partir de agora, quem deseja se declarar como um doador de órgãos e tecidos, pode se dirigir a qualquer cartório que a Central Estadual de Transplantes será notificada
Uma parceria firmada nesta semana abre um novo caminho para aqueles que desejam se tornar doadores voluntários de órgãos e tecidos. A partir de agora, quem tiver interesse de ingressar esse grupo de doação após a morte, pode se dirigir a qualquer cartório do Estado para registrar uma declaração. Com isso, caso a pessoa sofra morte encefálica, a Central Estadual de Transplantes já saberá da real intenção do indivíduo.
Esse meio de declaração foi possível graças a parceria da Secretaria Estadual da Saúde (SES) com a Procuradoria de Justiça do Estado e a Associação de Notários e Registradores do Rio Grande do Sul (Anoreg). Mesmo a pessoa declarando em cartório a sua intenção de doador, a decisão final continua sendo da família.
Foto: Marcelo Bernardes/Divulgação
A diferença, segundo relatou o coordenador da Central Estadual de Transplantes, Rafael Ramon da Rosa, durante o ato de parceria, é que com esse novo método declaratório, os familiares saberão com maior certeza da real intenção da pessoa sobre se tornar, ou não, um doador de órgãos. “Quase metade das famílias (45%) de quem se encontra na situação em que é possível doar os órgãos não permite que seja realizado o procedimento. Na maioria das vezes, é porque esse assunto nunca foi conversado entre os familiares. Ninguém quer conversar sobre a possibilidade de morrer”, destacou.
O coordenador detalhou que uma pessoa em estado de morte encefálica, que decidiu doar seus órgãos e tecidos, pode salvar até oito vidas. “Mais de 1.300 pessoas no Rio Grande do Sul estão aguardando por um rim, outras mil pessoas aguardando por córneas, só para dar poucos exemplos”, enumerou.
Foto destaque: Tacchini/Divulgação