Segundo vários moradores o Humaitá é um bairro ótimo para morar, tranquilo e que está em grande crescimento. Alguns dos que residem por lá, contam suas histórias e os motivos de escolherem este local tão acolhedor como o cenário de suas vidas.
Saúde e bem estar para os moradores
A proprietária da Prime Sul, Dariane Pivotto Fossá, completa em 2022, oito anos de muito sucesso com a academia após conseguir um local num bairro mais centralizado. “Eu e meu marido rodamos a cidade toda em busca de uma sala comercial, passamos pela região e encontramos essa para locação. Após muita negociação com a imobiliária, conseguimos locar e estamos aqui, firmes”, afirma.
Depois de abrir a academia com o parceiro, resolveu se mudar de residência também. “Meu núcleo de pessoas começou a ser no Humaitá depois que abrimos a academia e viemos morar no bairro, antes morava no Santa Marta e não conhecia muito desta parte da cidade”, comenta.
Segundo Dariane, as pessoas que se movimentam são mais saudáveis e atualmente, os adolescentes são os que mais precisam desde impulso. Desde que abriu a academia, a proprietária nunca visou a estética e sim a saúde, bem estar e variedade dos alunos, muitos residentes do bairro Humaitá. “Ouço muito de algumas pessoas que elas não fazem academia por se sentirem mal por não ter com quem se identifiquem, por isso, na Prime temos um público 100% eclético, todos se sentem confortáveis de treinar aqui. Atendemos alunos de 12 anos à senhores de 70. Para mim é maravilhoso estar cuidando da qualidade de vida dessa população”, completa.
A cada ano, o bairro vem crescendo e se estruturando. Segundo Dariane, a mudança é de nível social e atende um pouco de cada setor que está sendo encontrando na região. “Não precisamos mais nos movimentar para fora e comprar coisas, temos mercado, farmácia, posto, lojas”, ressalta.
De acordo com a empresária, a pracinha, situada na rua Emílio Conci, é um local bem familiar, que estava jogado e agora a prefeitura está cuidando melhor. “Vejo que as pessoas frequentam aos finais de semana, ainda mais quando começa a esquentar. Também levo os alunos da academia para fazer exercício ao ar livre. É muito bacana”, observa.
O Humaitá está crescendo comercialmente, há vários novos estabelecimentos como salões de beleza, barbearias, lojas de roupa, pet shops, entre outros. “Além da parte comercial, que só aumenta. Observo o crescimento habitacional, mas mais de nível superior, com pessoas de classe média alta. O que mais vejo evoluir e que não tinha nos primeiros anos que morava aqui é a parte social, pois nos últimos três anos há muito apelo de manter as ruas bem pintadas, de cuidar mais da praça e deixar o bairro em ordem”, salienta.
Para ela, falta mais estabelecimentos na área da alimentação, para a população ter acesso mais próximo. “Aqui só tem um restaurante e havia uma cafeteria que ficou na região por um ano, eu frequentava. Seria bom ter um local para sentar para comer e conversar, uma padaria que sirva café para atender todos os públicos”, sugere.
O amor por carros
O chapeador aposentado Antônio Trevisan, 80 anos, mora há 10 no bairro Humaitá. Conta que antes residia no Santo Antão, mas resolveu morar mais próximo ao centro e de farmácias por conta da idade.
Em 1962, abriu sua oficina de chapeação, onde realizava modificações e reformas em carros. Ele recorda que naquela época fumava muito, mas resolveu parar. “Eram quatro carteiras de cigarro por dia. Até que uma vez, voltando de Brasília, desci do ônibus e entreguei a carteira de cigarros e o isqueiro para minha esposa e nunca mais voltei com o tabagismo”, conta.
Para ele, o bairro onde mora é um lugar tranquilo e há poucas pessoas que incomodam. No seu dia a dia, ainda faz trabalhos com reforma de peças de carros. “Ainda trabalho, tenho uma oficina em casa. Atualmente estou fazendo um para-choque traseiro inteiro para um TC, que não se encontra mais em lugar nenhum. Já tem uns 20 dias que estou em cima dele, só parei porque todo dia batendo martelo fez meu pulso começar a doer”, menciona.
Seu amor por carros e pela profissão, junto à muita criatividade e talento, fez Trevisan começar a criar miniaturas cheias de detalhes e funcionalidades, que encantam os colecionadores. “Faço tudo manual com o martelo, uso chapas de carro mesmo, é um trabalho que necessita de muita dedicação, tempo e técnica”, ressalta.
Além disso, Trevisan faz, voluntariamente, quadrinhos com santos católicos para entregar em postos de saúde do município e na ala de oncologia do Hospital Tacchini. “Tenho vários já prontos, do Santo Antônio, Divino Pai Eterno, Santa Lúcia e muitos outros. Há mais três caixas com santinhos que um padre veio me trazer para a confecção dos quadrinhos”, comenta.
Uma vida voltada à barbearia
Aos 20 anos, Augusto Cavalli foi morar em São Valentim, onde participou de duas safras de uvas e fazia alguns trabalhos como barbeiro. “Era sócio da Aurora quando morava lá entre 1966 e 1967, mas me mandaram embora da associação por não possuir terras na zona rural. Não encontrei nada que conseguisse comprar, então me mudei e vim trabalhar na Fasolo”, conta.
Com o dinheiro recebido pelas safras, comprou uma casa em Bento Gonçalves. Além de ser funcionário na Fasolo, Cavalli continuou cortando cabelos em sua própria residência. “Na empresa ficavam dizendo coisas como ‘olha o barbeiro’ ou ‘esse aí foi quem cortou meu cabelo’, tanto que chamou atenção do chefe das máquinas que me questionou do por que eu estar ali ao invés de estar focando em meu trabalho como barbeiro que, segundo ele, era de primeira”, recorda.
A partir disso, ele resolveu sair da empresa após pouco mais de uma ano de serviços e seguir com a profissão que tanto gosta, a de barbeiro. “Com o valor recebido, abri meu salão no centro com um sócio. Após muitos anos, tive problemas no coração e resolvi sair de lá. Algum tempo depois que saí do salão, melhorei e percebi que era aquilo que me fazia mal”, revela.
Está há mais de meio século em sua atual residência, no Bairro Humaitá e nos últimos 25 anos, Cavalli trabalhou como barbeiro no andar inferior da casa. Com isso, viu toda a evolução do bairro, construiu boas amizades e uma ótima clientela. “Tenho 80 anos e moro há um bom tempo aqui, quando cheguei era praticamente tudo mato e haviam poucas casas. Agora só tem prédios na região, nos últimos anos o bairro cresceu muito”, fala.
Segundo Cavalli, ele sente falta de uma padaria mais próxima à sua residência. “Para ir no Grepar tem muito morro, para pessoas de mais idade é complicado. Seria muito bom ter uma padaria mais próxima para comprar pão”, conclui.