A iniciativa já vinha de anos. Era em Natais, Páscoas e datas comemorativas que a família Riviera fazia a alegria de pessoas com deficiência. O primeiro passo foi dado pela jovem Amanda Riviera, que pediu ao pai, Alcindo, que fosse criado algo maior para auxiliar os que mais precisavam. E então, 11 de outubro de 2015, dia em que é comemorado o Dia Nacional do Deficiente Físico foi fundada a Associação Anjos Unidos.
A ação era viável e tudo que foi pensado, beneficiava os portados de deficiência. “Nossa ideia inicial era integrar deficiente físico com o esporte, que é uma modalidade que não existe no Estado, tampouco em Bento. E aí tu deves estar te perguntando, mas como fizemos isso? Criamos então bicicletas adaptadas, triciclos e quadriciclos todos com o terceiro banco para as crianças”, acrescenta o Coordenador da Associação Anjos Unidos, Alcindo Riviera.
“Entramos no mundo deles”
O que para todos é um pouco difícil, para esse grupo foi uma realização, eles entraram no mundo dos deficientes. Apresentaram a entidade para o prefeito, mostraram que precisavam de parcerias, não apenas de dinheiro e que queriam mesmo fazer a diferença. “A gente fez então o primeiro natal da Anjos Unidos, no dia 19 de dezembro do ano passado, conseguimos reunir muitas pessoas, e vários donativos. Visitamos Bento Gonçalves, Garibaldi, Carlos Barbosa, Monte Belo e Muçum. A gente sentiu então que estava no caminho certo, quando percebemos o sorriso das pessoas e o agradecimento dos hospitais e dos familiares depois do evento”, comenta.
Mas, percebendo que não era apenas um dia de alegria que traria aquelas pessoas para uma nova realidade, um segundo passo foi dado pelos integrantes da Associação.
A ideia que saiu do papel e deu certo
O planejamento finalmente foi aprovado e depois de muito pensar em como auxiliar mais ainda as crianças, uma escada adaptada para os pequenos que fazem ecoterapia foi criada. Por meio dela, os pacientes conseguem se locomover mais facilmente da cadeira de rodas para o cavalo. Além disso, depois de algumas reuniões com mães de crianças com deficiência múltipla (que eles já conheciam por meio da APAE) foi pensando em criar aparelhos que pudessem ajuda na locomoção destes jovens. “Convidei as mães para virem até a empresa e conhecerem algumas máquinas que criamos. Aproveitamos e mostramos o trenó adaptado que estamos finalizando para o próximo Natal e foi aí que uma das mães disse ‘Por que tu não usas um desses carrinhos que tens para transportar carga, para fazer um deslocador para nossos filhos?’ Aí eu pensei, mas é uma coisa muito complexa, preciso visualizar algo pronto nesse sentido para poder ver se consigo pôr em prática”, lembra Alcindo.
Depois de dias à procura do ideal na internet, e de muito conversar com pais e especialistas no assunto (terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e psicólogos), o coordenador reuniu, às quintas-feiras dos primeiros meses do ano, as mães no saguão da empresa para mostrar como as invenções estavam ficando. “Elas vinham aqui, a gente fazia o teste, colocava a criança no aparelho e via o que precisava ser melhorado. Nós queríamos que eles ficassem em pé, não apenas sentados nas cadeiras de roda, pois o corpo ficando ereto, o sistema intestinal funciona melhor. Sem falar na autoestima deles que eleva em 100%, pois quando estão ao lado de uma pessoa, eles estão na mesma altura e não abaixo como tem ocorrido”, salienta.
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