De acordo com Eduardo Torezan, ele foi o primeiro motociclista do mundo a realizar todo esse trajeto de uma única vez, sem pausas, ao longo de 108 dias
Em março deste ano, o bento-gonçalvense Eduardo Torezan, de 31 anos, realizou mais uma etapa de seu grande sonho: viajar de moto por todo os continentes do planeta. Desta vez, ele viajou 108 dias seguidos em trajeto pelos quatros extremos da América do Sul, passando por capitais e demais municípios dos 12 países que compõem a região. De acordo com o motociclista, ele foi o primeiro do mundo a fazer essa viagem sem quaisquer tipos de pausa.
Há mais de cinco anos, o morador da Serra Gaúcha segue cumprindo seu objetivo principal, com cada viagem mais grandiosa que a anterior, em quilometragem e tempo. No ano passado, ele já havia viajado pelos quatro cantos do Rio Grande do Sul. Recentemente, ele também contornou o Brasil. O próximo passo, segundo Torezan, é adentrar em outros continentes, como a própria Europa.
Rodando pela América
A viagem de 40.492 km por toda a América do Sul foi feita inteiramente em uma Yamaha/Ténéré 660, que não deixou o bento-gonçalvense na mão, a não ser por um pequeno problema em um cabo de embreagem. De resto, ele menciona que a excursão seguiu como planejado. “A viagem durou 108 dias, tudo ocorreu conforme previsto. A expectativa era fazer em 90 dias, mas como precisei rebocar um amigo, e fiquei preso dois dias em uma aduana, demorou um pouco mais”, afirma.
Em seu trajeto, o foco principal era visitar os quatro extremos do sul do continente. Para isso, ele precisou passar por Cabo Foward, no Chile, como o extremo Sul; Punta Parinãs, Peru, no Oeste; Punta Gallinas, Colômbia, no Norte; e, por fim, Ponta do Seixas, Brasil, ao Leste. Além dessas cidades, o motociclista ainda teve tempo para passear em alguns pontos turísticos famosos, como Machu Picchu, Túneles de Carcatera e La Piedra del Peñol.
Dentre os 13 países visitados, Torezan destacou que o melhor deles foi a Colômbia. Ele lembra que amigos o alertarem que o local poderia ser violento por conta de crimes de tráfico de drogas na região, porém, não foi bem isso que o morador de Bento encontrou por lá. “O país mais fantástico, sem sombra de dúvidas. Lá tem montanhas; deserto; floresta; as melhores praias, como o Caribe e Santa Marta; tem a cordilheira; frio e calor. O povo é muito receptivo. Pensa em um povo gente boa demais”, comenta.
Como um dos pontos fortes da viagem, o aventureiro destaca justamente a receptividade das pessoas. Ele lembra que em diversos lugares foi bem-recebido por gente que nem o conhecia, oferecendo pouso e comida por dois ou três dias. O trajeto também teve seus perrengues, como a situação de crise na Venezuela e muitos protestos nas vias do Peru, conforme relata o gaúcho. Além disso, precisou rebocar dois amigos, que utilizavam as motos Falcon e BMW F800, por mais de mil quilômetros, sendo 500 km para cada.
Outros marcos de aventura
Antes de fazer essa viagem por toda América do Sul, Torezan realizou outros dois marcos dentro de seu objetivo maior. O primeiro deles foi a viagem por todo o Brasil, em dezembro de 2020. Ele percorreu mais de 17 mil quilômetros nesse trajeto, indo de Arroio Chuí, aqui no Rio Grande do Sul, até Uiramutã, em Roraima.
Mais recentemente, em 2021, o motociclista conheceu os quatro cantos de nosso estado, ao longo de 23 dias, em mais de 300 municípios gaúchos. Nas três excursões, ele comenta que o principal aspecto para conseguir fazê-las é o planejamento. O passeio por toda América Latina foi planejado com anos de antecedência.
Próximo destino
Agora, Torezan consegue pensar em dois possíveis caminhos para continuar com suas aventuras. Um deles envolve o visto para trafegar pelo Alaska, o país mais ao norte do continente americano. Caso consiga a aprovação, ele pretende seguir do Panamá para cima, seguindo por Costa Rica, Guatemala, México, Estados Unidos, e por aí adiante.
Se o visto demorar para sair, ele já começou a programar os próximos continentes onde deseja levar sua moto. O primeiro deles será a Europa, por onde poderá seguir por Portugal, na ponta Oeste, até o extremo Leste. Na sequência, o plano é seguir para a Ásia e, por fim, África. São diversos locais, ao longo de centenas de milhares de quilômetros, que juntos, marcam o objetivo do aventureiro: a volta ao mundo.