Jane Krüger
Começo o meu último livro lançado na Amazon “ABUSO EMOCIONAL”, com um trecho de uma carta que Franz Kafka escreve a um dos seus melhores amigos de escola, Oscar Pollak em 1904, onde ele diz:
“Acho que só devemos ler
a espécie de livros que nos ferem e trespassam.
Se o livro que estamos lendo não nos acorda com uma pancada na cabeça,
por que o estamos lendo?
Porque nos faz felizes (…) ?
Mas nós precisamos de livros que nos afetam como um desastre,
que nos magoam profundamente, como a morte de alguém a quem
amávamos mais do que a nós mesmos, como ser banido para uma floresta
longe de todos.
Um livro tem que ser como um machado para quebrar o mar de gelo que há
dentro de nós. É nisso que eu creio.”
Esse texto é perfeito no sentido de nos fazer refletir. Quanto daquilo que lemos, assistimos ou ouvimos é na verdade, aquilo que somente gostamos ou queremos consumir, mas não, quem sabe, o que de fato precisamos conhecer, aprender e entender. Foi por isso que decidi, que este meu espaço na coluna será por hoje e nas próximas edições dedicado a compartilhar um pouco deste meu livro, que muitas vezes, alguns não tem condições de comprar ou nem mesmo se percebem na necessidade de compreender esse conteúdo que é tão relevante: o Abuso Emocional. Segundo diversos estudos,1 o abuso emocional pode ser muito mais profundo e doloroso
1 1.Violência silenciosa: violência psicológica como condição da violência física doméstica. A violência doméstica se desenvolve como um processo silencioso, que progride sem ser identificado, deixando marcas em todos os envolvidos. Pela sua característica, a violência psicológica no interior da família, geralmente, evolui e eclode na forma da violência física. Com base neste entendimento destaca-se a importância de identificar as violências sutis que ainda se encontram em estágio embrionário. No entanto, aponta-se como um grande problema a dificuldade na identificação da violência psicológica doméstica, em razão de esta aparecer diluída em atitudes aparentemente que o abuso físico, pois afeta diretamente a pessoa, quem ela é, sua autoestima e autoconfiança, colocando em cheque até mesmo a sua própria identidade, assim como a sua vontade de lutar e viver.
Jean-Jacques Rousseau já nos dizia, “insultos são os argumentos usados por aqueles que estão errados” e por aí começamos esta desafiadora empreitada: Ajudar você a identificar o abuso (e estar consciente para não sofrer ou cometer o mesmo) e caso, você reconheça que esteja sofrendo o mesmo (ou até mesmo alguém próximo a ti), darei aqui, a partir de agora, dicas importantes para ser o verdadeiro autor(a) de sua história, pois o meu maior desejo é que você seja livre para viver e escrever cada página de sua vida, realizar seus sonhos, ter autonomia para ir e vir, para falar e pensar de acordo com a maneira que, de fato, acreditas. Eu sei, a verdade dói. Contudo, somente a verdade pode nos fazer crescer! Vamos aprender muito nas próximas edições acerca do que é o abuso e como se livrar se estiver vivendo o mesmo e principalmente, compreender que, você tem o direito inalienável de ser feliz e de escrever a sua própria história.
não relacionadas ao conceito de violência. Artigo completo disponível em Acesso em 20.07.2020.
- A violência doméstica a partir do discurso de mulheres agredidas. A violência presente nas relações interpessoais tem merecido lugar de destaque entre as preocupações dos profissionais da saúde por ser considerada um problema de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS), ao publicar o Relatório Mundial sobre Violência e Saúde, define a violência como o uso intencional de força ou de poder físico, de fato ou como ameaça, contra si mesmo, outra pessoa, grupo ou comunidade, que cause ou tenha muita probabilidade de causar lesões, morte, danos psicológicos, transtornos de desenvolvimento ou privações (Krug, Dahlberg, Mercy, Zwi, & Lozano, 2002). (…) Gomes, Minayo e Silva (2005) referem que a violência contra a mulher é uma violação dos direitos humanos e estima-se que esse tipo de violência cause mais mortes às mulheres de 15 a 44 anos que o câncer, a malária, os acidentes de trânsito e as guerras. Como forma de agressão se incluem assassinatos, estupros, abusos físicos, sexuais e emocionais, prostituição forçada, mutilação genital, violência racial, entre outras. Importante destacar que a violência vivenciada pela mulher deixa marcas físicas e consequências psicológicas. De acordo com Sá (2011) a violência tem sido considerada um sério fator de risco à saúde mental da mulher, tendo em vista que deixa suas vítimas altamente suscetíveis psiquicamente, ocasionando sérios agravos à sua qualidade de vida e ao desenvolvimento de comportamentos de risco. (…) No entanto, muitas mulheres ainda deixam de prestar queixa contra o agressor e outras não reconhecem a situação vivida como violência. Também pode ocorrer de as mulheres se sentirem envergonhadas e culpadas pela agressão sofrida, passando a ocultar os fatos (Monteiro & Souza, 2007; Schraiber et al., 2007). Artigo completo disponível em Acesso em 20/07/2020.