Local está aberto por 24h durante o inverno, para dar cama, comida, banho quente e roupas limpas. Grupo de assistência social visa encaminhar benefícios aos usuários do serviço, além de ajudá-los a entrar no mercado de trabalho
A Secretaria Municipal de Esportes e Desenvolvimento Social (Sedes) de Bento Gonçalves está colocando em prática projetos que visam proporcionar conforto aos moradores de Bento Gonçalves que, por falta de recursos, estão em situação de rua e podem vir a ter, até mesmo, problemas de saúde devido ao frio. Dentre eles, está o funcionamento da Casa de Passagem em conjunto com a busca ativa de pessoas em vulnerabilidade social.
O secretário responsável pela pasta, Eduardo Virissimo, destaca que além da Campanha do Agasalho – Deixe suas roupas viverem novas histórias, que é proposta pelo Gabinete da Primeira-dama, o Poder Público municipal tem feito além da arrecadação de roupas e alimentos. “A gente tem a nossa Casa de Passagem, que é o lugar que as pessoas têm um espaço para ficar, uma cama, um banho, tem material de higiene, alimentação adequada”, explica.
No período do ano atual, com mais chuva e frio, o ambiente foi ampliado. “Nossa ideia e o trabalho têm sido um case de sucesso para toda a nossa região, tem gente do estado vindo buscar conosco a forma como fazemos. Entendemos que tanto o morador de rua quanto as pessoas que precisam, permanecendo durante o dia todo na casa de passagem, elas se acomodam, de certa forma não buscam suas atividades diárias e não saem daquilo”, esclarece.
Uma das soluções para isso é o horário usual da Casa de Passagem, das 19h às 7h, com acompanhamento de profissionais da assistência social do município. “O assistente faz abordagem e tenta encaminhar algum serviço para eles, que acabam se dirigindo para o mercado de trabalho. O local serve como um ambiente apenas para passagem mesmo”, sustenta o secretário.
Conforme Virissimo, durante os dias frios e chuvosos que devem durar até o final do inverno, a casa vai estar aberta 24h. “Lá eles também podem desfrutar de várias refeições durante o dia para que possam se sentir bem alimentados e além disso, têm todo o acompanhamento do Seas (Serviço Especializado em Abordagem Social), do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social), que tentam conduzir os usuários do serviço para alguma situação que possa ajudar, por exemplo resolvendo documentação, encaminhando para benefícios que eles têm o direito e, às vezes, não recebem”, reitera.
Em algumas situações, apesar de oferecerem ajuda, alguns não desejam ir pernoitar e buscar auxílio no local. “As pessoas que não aceitam ir para a Casa de Passagem, a gente primeiro tem que respeitar o desejo e o direito delas de permanecerem em locais públicos, que elas se sentem bem. Isso é uma prerrogativa que não temos que tirar elas daqueles lugares se elas não estiverem infringindo a lei, em um local privado, ameaçando a segurança de alguém”, assegura.
Há casos em que as pessoas têm problemas de saúde mental. Quando isso é constatado, medidas mais extremas precisam tomadas. “É encaminhado judicialmente um pedido de internação compulsória para tratamento de saúde, e assim é feito. Temos vários casos que fizemos isso e agora está tudo bem”, sublinha.
Além do banho quente e comida em todos os horários, roupas também são disponibilizadas para quem desejar se trocar e usar uma vestimenta mais adequada. “Durante o dia tem abordagens quase diariamente, o Seas tem um trabalho diário diurnamente. Pelo menos uma ou duas vezes por semana, conforme a necessidade, e também o tempo como está. Quando esfria, a gente acaba intensificando mais isso, vamos para a rua para fazer as abordagens”, destaca.
A missão da Sedes, naquele momento, conforme Virissimo, é a do convencimento. “Tentamos convencer aquelas pessoas a saírem da situação que estão, oferecendo, às vezes, um alimento para que possam se sentir confiantes e, se estão com fome, que normalmente acontece, comem bastante. A gente leva uma sopa quente”, evidencia.
Caso realmente a pessoa não queira sair da rua, os servidores tentam proporcionar alguma coisa que, no momento, está em falta. “Como uma meia, manta, um gorro de cabeça, a gente tenta amenizar um pouco aquela situação, mesmo que a pessoa não queira sair por algum motivo da rua, tentamos ajudar. Mas sempre prevalece o convencimento, a gente tenta convencer essa pessoa que ela precisa sair dali e permanecer em um lugar seguro e adequado, para que ela possa dormir bem e ter um tratamento digno Centro de Referência Especializado de Assistência Social.
Número de atendimentos na Casa de Passagem
• Em 2021, foram 271 pessoas, na Casa de Passagem
• Abordagens sociais foram 160 em pessoas em situação de rua
Onde buscar ajuda?
Casa de Passagem
Endereço: Rua Francisco Navarini, 136, bairro Maria Goretti
Horário de atendimento: de segunda-feira a domingo, durante 24h
Para mais informações: (54) 3055.7337/ Creas: (54) 3055.7357
Foto em destaque: Divulgação